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Novela-Ostentação

Depois de explorar lixão, favela e o charme da classe C em suas novelas, Globo volta ao luxo e dá tratamento de superprodução ao remake de 'O Rebu', que estreia em julho prometendo doses generosas de glamour

ISABELLE MOREIRA LIMA ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Chega de miséria. Luxo e beleza, combinados com suspense, protagonizam a novela global que estreia às 23h do dia 14 de julho.

O glamour é mostrado a partir de uma festa de gente super-rica, reunida em um palacete clássico, com salões forrados de obras de arte e cercado de jardins perfumados. Tudo é perfeito até que surge um corpo boiando na piscina.

"O Rebu" é adaptação da obra homônima de Bráulio Pedroso (1931-1990), que foi ao ar em 1974, inovando em forma e conteúdo.

Não era pouco, há 40 anos, antes de qualquer série de TV americana, uma novela narrar, em mais de cem capítulos, uma história passada em 24 horas, numa só festa.

À frente do remake está o mesmo grupo responsável pelo último grande sucesso de crítica e público da Globo: a minissérie "Amores Roubados", exibida em janeiro.

O novo "Rebu" tem George Moura no roteiro --dividindo os créditos com Sergio Goldenberg--, Walter Carvalho na fotografia e José Luiz Villamarim na direção.

"Queria fazer a festa que não vi, a qual não fui, mas imagino que exista. Fazia tempo que não apostávamos no glamour. É a coisa do Joãosinho Trinta, brasileiro gosta de luxo", diz Villamarim.

A trama se passa em três tempos que se alternam sem indicações da mudança. São cenas da festa (todos os convidados viram suspeitos), da investigação do crime e flashbacks de cada personagem.

O formato foi explorado neste ano pela série americana "True Detective" (HBO).

"Hoje o público está preparado para entender tempos dramáticos. Acreditamos piamente na inteligência do nosso espectador; esse é nosso desafio, a história tem que ser mais bem contada, estruturada", diz o diretor.

A locação é o palácio Sans Souci, em Buenos Aires, que teve seus salões reproduzidos também em um estúdio em Jacarepaguá, no Rio. Foram usados ainda estúdios do Projac para as cenas dos quartos.

A Folha acompanhou uma gravação no estúdio. Na cena principal daquela tarde, a anfitriã Angela Mahler (Patricia Pillar) discutia com a promoter Roberta (Mariana Lima) detalhes do pós-festa.

A cena de dois minutos foi ensaiada seis vezes ao som de "Why Won't They Talk to Me", da banda Tame Impala, para "dar o clima", segundo o diretor. Começava num salão central, com cozinheiros levando doces para a mesa.

Depois, a promoter e sua assistente (Laura Neiva) comentavam o nervoso pelo que passaram após o crime.

Então entrou a anfitriã (com tailleur de tweed e escarpim nude) e andou até outra sala com a promoter. Tudo acelerado, sem cortes.

Na hora de gravar, mais velocidade ainda e outras seis versões em busca "da boa".

"O Rebu' vai ser rápido, vamos queimar histórias, acelerar o processo", diz o diretor. Ele se inspira nas séries norte-americanas, cheias de gancho (suspense que chama o espectador ao próximo capítulo) e tramas paralelas.


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