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HQ conta vida de São Jorge com imagens hiperrealistas

Livro é o quinto lançamento do quadrinista paulistano Danilo Beyruth

Autor fez pesquisa histórica para poder recriar a Roma do século 3º na qual o santo guerreiro teria vivido

CESAR SOTO DE SÃO PAULO

A motivação do quadrinista paulistano Danilo Beyruth para criar a HQ "São Jorge" foi uma coincidência: o aniversário do autor é no mesmo dia em que se comemora o dia do santo, 23/4.

A obra, publicada em duas partes pela Panini (a segunda deve ser lançada no próximo semestre), é o quinto livro de Beyruth, 41, conhecido por retratar heróis angustiados e perturbados.

No premiado "Bando de Dois", de 2011, cangaceiros caçavam os militares que dizimaram o seu grupo. Nas duas coletâneas de "Necronauta", ele criou um personagem que guia almas perdidas no limbo.

E em "Astronauta - Magnetar", colocou o personagem de Mauricio de Sousa para enfrentar seus desafios mais humanos. "Acho que a gente tem sempre que subverter um pouco as coisas. Nenhum herói é cem por cento bom", diz.

Ao contar a história de São Jorge, o quadrinista buscou uma abordagem mais realista, que mistura aspectos históricos com as diferentes lendas sobre o santo.

Em uma das versões, Jorge nasceu na Capadócia, na região em que hoje fica a Turquia. Soldado de Roma e cristão convicto, foi torturado e morto por desobedecer as ordens do imperador segundo as quais todo membro do exército deveria fazer sacrifícios aos deuses pagãos.

Outra lenda coloca o santo como um herdeiro de um lorde britânico. Ao salvar uma cidade na Líbia da ameaça de um dragão, casou-se com a filha do senhor local e voltou para a Inglaterra.

Na história contada por Beyruth, Jorge é retratado como soldado do exército romano, um cristão em meio a um império em luta para manter as antigas tradições politeístas --e que ainda tem um dragão para enfrentar.

"O velho conto da princesa e do dragão, presente em tantos lugares, é originalmente a história de Jorge, então não podia ficar de fora", diz.

Beyruth passou três meses fazendo um levantamento histórico para situar o personagem no período em que teria vivido, por volta do século 3º. Ele diz que todas as roupas usadas pelos personagens seguem os padrões da época, com pequenas liberdades criativas.

Com isso, ele cria um cenário hiperrealista em que tenta evitar ao máximo os aspectos fantásticos das várias histórias contadas sobre o santo. A exceção é a parte da luta contra o dragão.

NOVO ASTRONAUTA

Apesar dos prêmios com "Bando de Dois" e de ter seu Necronauta publicado nos EUA, pela editora Image, foi com "Astronauta - Magnetar" que Beyruth se tornou mais conhecido. O livro foi o primeiro lançamento da linha Graphic MSP, da Mauricio de Sousa Produções.

Publicado em quatro países na Europa --Alemanha, França, Espanha e Itália--, a obra vai ganhar uma continuação em dezembro, mas Beyruth evita dar mais detalhes sobre a nova história.


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