Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Britânico faz sucesso nos EUA com sátiras políticas

Na TV, John Oliver, 37, critica desde a Fifa até a espionagem americana

Em tom brincalhão, humorista faz comentários que, expressos por outros, soariam agressivos

EDWARD HELMORE DO "OBSERVER"

A HBO lançou o programa "Last Week Tonight with John Oliver" no final de abril, e a cada edição da noite de domingo o humorista inglês de 37 anos, que fez seu nome no "The Daily Show with John Stewart", se consolida mais como astro da contracultura da televisão.

Amigos dele dizem que Oliver é alguém que adora brincadeiras, mas talvez ele seja mais do que isso: analistas falam em um rumo novo e mais engajado para a sátira política americana.

Oliver diz que o programa é um trabalho em curso, mas a ideia fundamental já foi definida: pegar temas do noticiário da semana e transformá-los em comédia.

O sucesso do humorista avança na contramão das tendências. Depois de o ex-editor de tabloides Piers Morgan ter sido demitido da CNN, comentou-se que a mídia americana estaria farta do sotaque e da suposta atitude presunçosa dos britânicos.

A autoironia de Oliver, porém, desarma as críticas. Quatro milhões de espectadores assistem a seu programa e outros 2 milhões o veem on-line no dia seguinte.

Um executivo de TV que conhece bem o humor de fim de noite nos EUA disse que o sucesso de Oliver não surpreende. "Ele tem o dom dos ingleses de dizer aos americanos o que fazer, e é ótimo nisso."

Para os espectadores, porém, o que o diferencia dos analistas políticos habituais é sua disposição de ir mais longe. "Ele interage com a notícia. Não se limita a comentar ou apresentar um julgamento sobre o assunto", diz Dannagal Young, que dá aulas sobre sátira e a psicologia do humor político na Universidade de Delaware, nos EUA.

Oliver chegou à HBO após sete anos no "The Daily Show", incluindo três meses substituindo Stewart. Sua performance causou uma impressão tão boa nos executivos do canal que eles lhe ofereceram um horário sem as restrições de conteúdo típicas da TV.

É possível que Oliver tenha conquistado mais liberdade não só por estar na HBO, mas também porque, como estrangeiro, ele é visto como alguém que não se alinha nem à esquerda nem à direita.

Seu tom brincalhão o autoriza a fazer críticas que, quando expressas por outros apresentadores, podem soar agressivas ou politicamente tendenciosas.

O apresentador nunca tinha ido aos Estados Unidos quando ganhou o trabalho no "The Daily Show", aparentemente por recomendação do comediante britânico Ricky Gervais. Este o conhecia por seu trabalho com o roteirista Armando Iannucci, que contratou Oliver em 2003 para escrever um programa para a BBC Radio 4.

Oliver fez sua primeira apresentação na TV americana logo que chegou ao país. "Eu pensei: O que droga estou fazendo? Vão me desmascarar completamente.'"

Isso ainda não aconteceu. Ele se mudou para os Estados Unidos e se casou com uma médica americana

"A força dele está em sua capacidade de fazer o cidadão sentir-se inteligente, de chamar-lhe a atenção para coisas que ele talvez não tivesse notado e lhe dar crédito por isso", comenta Young.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página