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Guerra dos teclados

Favorito entre plateias eruditas, o piano dá o tom no 45º Festival de Inverno de Campos do Jordão, que começa hoje com programação cheia de solistas de destaque

GISLAINE GUTIERRE DE SÃO PAULO

Uma batalha de teclados marca este Festival de Inverno de Campos do Jordão. Os pianistas predominam entre as 88 apresentações de música erudita que a partir deste sábado (5), por 30 dias, atraem mais de 50 mil pessoas para a cidade do interior paulista incrustada na Serra da Mantiqueira.

O piano dá o tom em concertos com orquestra, grupos de câmara, recitais e acompanhando coral. Entre os 17 pianistas estão solistas brasileiros com carreira internacional: Jean-Louis Steuerman, que mora na Suíça, e Arnaldo Cohen, radicado nos EUA.

Os russos Kirill Gerstein, com a Osesp, e Boris Giltburg, com a orquestra do festival, mais a ucraniana Valentina Lisitsa, com a Sinfônica Municipal de São Paulo, também entram na farra dos teclados.

"O piano é o instrumento favorito das plateias", diz o diretor artístico do Festival, Arthur Nestrovski.

Os programas incluem de peças centrais do repertório dos compositores como o "Concerto nº 3" de Rachmaninov (1873-1943), que Lisitsa tocará, até a menos executada "Sonata nº 1", de Alban Berg (1885-1935), no recital de Steuerman no dia 18.

SEM CHOPIN DE SALÃO

Steuerman entra com mais munição: fará três apresentações, entre as quais se destaca a do dia 18 (veja ao lado).

Além de Berg, tocará a "Sonata nº 8" de Beethoven e duas peças de Chopin (1810-1849). Mas "não é nenhum Chopin de salão, não. São obras completamente desesperadas", avisa Steuerman, sobre a "Balada nº 1" e o "Scherzo nº 2".

A abertura do recital será com a "Partita nº 5" de Bach (1685-1750). As gravações dele das seis partitas do compositor alemão levaram nota máxima da revista francesa "Diapason D'Or", referência no setor da música erudita.

O artista ainda fará sua primeira apresentação como regente no festival da Petrobras Sinfônica--e solista ao mesmo tempo--, no dia 1º.

Já o trunfo de Arnaldo Cohen nessa guerra é a complexa peça "Burleske", de Richard Strauss (1864-1949).

O compositor alemão, homenageado no festival, dedicara a música a um pianista que a recusara por julgá-la impossível de ser executada.

"Burleske" não tem movimentos, é tocada num fôlego só. "É uma peça com muitos saltos triplos", ri Cohen. A obra integra o concerto da Filarmônica de Minas Gerais.

ATAQUE RUSSO

Regida por Marcelo Lehninger, a Osesp recebe o russo Kirill Gerstein para tocar o "Concerto nº 1" de Liszt. "É um concerto que demonstra a virtuosidade do solista, e também tem uma parte central lenta, superlírica", diz Lehninger. Kirill também fará um recital.

O outro russo, Giltburg, tocará com a orquestra formada pelos bolsistas --alunos de música do festival-- e regida por Marin Alsop a "Rapsódia Sobre um Tema de Paganini", de Rachmaninov.

"É uma peça baseada em outra obra do mais famoso virtuose do violino de todos os tempos, Paganini. Tem muitas variações dramaticamente diferentes que desafiam o pianista", diz Alsop.

Giltburg ganhou projeção ao vencer em 2013 o concurso Rainha Elisabeth, referência na música clássica.

O campo principal do evento é o auditório Cláudio Santoro, mas a batalha atinge também o Espaço Cultural Dr. Além e Praça do Capivari.


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