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'Seinfeld' faz 25 anos como referência de humor banal

Série 'sobre o nada' influenciou 'Friends', '30 Rock' e até 'Família Soprano'

Programa exibido até 1998 ainda gera renda; expressões de linguagem foram incorporadas por fãs

ISABEL FLECK DE NOVA YORK

Há 25 anos, o diálogo entre dois amigos sobre o botão "muito alto" na camisa nova de um deles dava a largada para uma série "sobre o nada", que se tornaria uma das sitcoms mais populares e lucrativas da TV americana.

A camisa era do neurótico e "loser" George Costanza, o comentário, do sarcástico comediante Jerry Seinfeld, uma versão não tão fictícia do Seinfeld real, criador, com Larry David, da série batizada com seu nome.

Desde então, foram nove temporadas na rede NBC, 180 episódios entre 1989 e 1998 --o último deles, assistido por 76 milhões de espectadores, uma audiência comparável, na época, à do Super Bowl.

Mesmo depois de sair do ar, a série continuou gerando dinheiro, com receitas de retransmissão que somavam mais de US$ 3 bilhões (R$ 6,7 bilhões) até 2013.

Para o crítico da revista "New York" Matt Zoller Seitz, a série "inspirou gerações de roteiristas" e influenciou séries como "Friends", "30 Rock" e até mesmo "Família Soprano" por sua inquietude com formato e ritmo, e a obsessão pelo "meta-humor".

'NO SOAP FOR YOU'

Expressões da série se incorporaram ao vocabulário dos americanos, e não raro se vê alguém clamando por "serenity now" (serenidade agora), mantra antiestresse do pai de George, ou negando pedidos com "no soup for you" (sem sopa para você), bordão do tirano da sopa nova-iorquino inspirado numa figura real.

"A série continua popular porque seu humor e principal mote --pessoas banais falando sobre banalidades-- não envelhecem", diz Howard Rosenberg, crítico de TV do "Los Angeles Times" por 25 anos.

"Raramente houve um elenco de comédia tão talentoso e integrado com o texto. Os atores criavam sem perder a sintonia com o que era escrito para seus personagens."

O fracasso de projetos de Jason Alexander (George) e Michael Richardson (Kramer) desde o fim de "Seinfeld", para Rosenberg, se justifica pela falta de bons roteiros. Julia Louis-Dreyfus (Elaine) acertou com "Veep", em que faz uma vice-presidente fictícia dos EUA, enquanto Seinfeld investiu num formato para a internet, com seu "Comedians in Cars Getting Coffee".

Em "Seinfeld", os personagens em si ""quatro amigos de caráter duvidoso, sempre enrolados em situações adversas do cotidiano-- conquistam por se parecer mais com o telespectador do que muitos gostariam de reconhecer.

"Como roteiristas, David e Seinfeld tinham o dom de fazer com que nos identificássemos com os personagens em situações desconfortáveis e hilárias", diz William Irwin, autor de "Seinfeld e Filosofia: um Livro Sobre Tudo e Nada".

Numa cena do episódio final sintomática sobre a total incapacidade dos personagens em aprender "lições" com seus erros durante nove temporadas, Jerry faz um comentário sobre como a camisa de George tem o último botão "muito alto". Um intrigado George responde com uma pergunta: "Já não tivemos essa conversa antes?".


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