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Portinari pintou via-sacra sem rascunho

Pesquisa da USP em quadros de igreja no interior de São Paulo mostra que artista fez pinturas diretamente nas telas

Obra valiosa do artista, 'Descobrimento do Brasil' pode ser vista em exposição do Banco Central, em Brasília

CAMILA TURTELLI DE RIBEIRÃO PRETO

As telas de Candido Portinari (1903-62) abrigadas na Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus da Cana Verde, em Batatais (interior de São Paulo) foram criadas sem hesitação, rascunho ou remorso.

É o que já revela uma pesquisa em andamento do Instituto de Física da USP (Universidade de São Paulo) sobre o conjunto de quadros.

As obras do artista paulistano na igreja de Batatais estão sendo restauradas desde janeiro. São, no total, 28 telas. Dez das 14 telas da via-sacra já foram restauradas. O restante deve ficar pronto até outubro. O trabalho custou R$ 374 mil ao Estado.

Com auxílio de raio-X e infravermelho, os pesquisadores detectaram que por trás das pinturas não havia nenhum tipo de rascunho. Isto significa que ele criou sem errar as telas que chegam a ter 299 x 199 cm de dimensão.

Para a professora e coordenadora do curso de pós-graduação de história da arte da Faap, Caru Duprat, apesar de não ser raro, a técnica de Portinari demonstra que o pintor tinha total domínio da técnica. "Isso aparece bastante nos expressionistas, como Van Gogh. [Portinari] Era um exímio desenhista", afirma.

Para o curador-chefe do Masp (Museu de Arte de São Paulo), Teixeira Coelho, a descoberta acrescenta à biografia do pintor. "Ele pintava praticamente de olhos fechados'. Fazia estudos no papel e transcrevia para a tela", diz Márcia de Almeida Rizzutto, pesquisadora da USP.

"Portinari era um artista muito organizado e planejava bem suas criações com antecedência", disse a restauradora das obras, Florence Maria White de Vera.

De acordo com Rizzutto, o objetivo principal da pesquisa da USP é definir a paleta de cores e pigmentos usada por Portinari durante o período de criação das obras, entre 1952 e 1953.

O trabalho já revelou a preferência de Portinari pelo uso de pigmentos como o vermelho, à base de ferro, e o azul, à base de cobalto.

EXPOSIÇÃO

Em Brasília, a obra mais valiosa do Museu de Valores do Banco Central, o painel "Descobrimento do Brasil", de Portinari, poderá ser visto pelo público no primeiro sábado de cada mês a partir de agosto.

A exibição faz parte da mostra "A Persistência da Memória", na sede da instituição em Brasília.

A primeira parte da exposição começou em junho e pode ser vista de terça à sexta, das 10h às 18h.

Somente agora, no entanto, será possível ver o painel de cinco metros de altura. E apenas no primeiro sábado de cada mês, das 14h às 18h.


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