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Veteranos do 'rock espacial' tocam em SP

Acompanhada de coro gospel e quarteto de cordas, inglesa Spiritualized faz primeiro show no Brasil no dia 28

Repertório teve de ser adaptado para turnê atual, mais transcendental do que os registros dos álbuns

GIULIANA DE TOLEDO DE SÃO PAULO

"Foi um longo, longo caminho", conta Jason Pierce, 48, líder da banda inglesa Spiritualized, quando fala da realização de poder tocar no Brasil pela primeira vez.

Depois de diversas tentativas e cancelamentos --o mais recente em 2013--, o grupo, com mais de duas décadas de estrada, enfim chega ao país. Apresenta-se em São Paulo no próximo dia 28, no Áudio Club, a convite do selo de shows Popload Gig.

"Você precisa de um grande suporte para ir à América do Sul, saber se vai vender as entradas, tudo isso. Estou muito feliz que vai funcionar", diz Pierce à Folha, por telefone, da Inglaterra, enquanto arruma as malas para uma breve turnê na Ásia.

A cria de Pierce já teve diversas formações --ele, que compõe 100% das músicas, é o único membro original. O que farão desta vez segue um novo formato de shows adotado pela banda, conhecida pelo rótulo de "rock espacial", misturando psicodelia com música gospel.

Com o nome de "Acoustic Mainlines", o projeto atual coloca no palco o líder e vocalista no violão, acompanhado do também guitarrista Doggen tocando um piano elétrico, de um coro gospel e de um quarteto de cordas.

"Nunca consegui me ver sozinho num palco com um violão. Assim é ótimo, porque eu não fico na condição de frontman'", diz ele, que também é conhecido pelo pseudônimo J. Spaceman.

Apesar do nome indicar um show acústico, Pierce garante que a experiência é "muito elétrica". "Mas de um jeito diferente. Tem muita energia, mas não esconde as palavras das canções. As cordas valorizam a voz."

A julgar pelos registros que circulam na internet, pode-se esperar do show um clima ainda mais transcendental do que nas versões dos álbuns.

O repertório, no entanto, fica limitado às músicas que podem ser adaptadas para arranjos com essa formação --o hit "Ladies and Gentlemen We Are Floating in Space" está entre essas.

Para além das turnês, Pierce prepara um novo disco, do qual já tem quatro faixas gravadas. "Devo lançar no ano que vem, não tenho certeza".

CURA

É o primeiro disco da banda após a cura de uma doença degenerativa grave no fígado do cantor, em decorrência de anos de abuso de drogas. Mas ele não pretende fazer dessa experiência de quase morte o tema do trabalho.

"O último disco [Sweet Heart Sweet Light', de 2012] foi muito conectado ao período da doença e muito difícil de fazer. Foi um tratamento hardcore' e não há nada de inspirador nisso", diz ele, que afirma estar hoje bem de saúde, "como qualquer um".

Se sua música é transcendental, quando fala da recuperação, Pierce, no entanto, assume tom cético. "Todo mundo diz que muda depois de uma doença, mas eu acho que não. Estou a mesma coisa. A vida é só para viver."


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