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Crítica - TV

Série 'The Knick' estreia com boa dose de violência

Médico viciado e racista protagoniza produção dirigida por Steven Soderbergh

ISABEL FLECK DE NOVA YORK

Com a arrogância e o brilhantismo de um Dr. Gregory House do início do século 20, o Dr. John W. Thackery, interpretado por Clive Owen, estreou nos EUA na última sexta-feira (8) mostrando que tem tudo para ser o novo anti-herói favorito da TV americana.

Protagonista de "The Knick", produção do Cinemax que chega ao Brasil na próxima sexta (15), às 21h (canal Max), o personagem de Owen é um cirurgião talentoso, viciado em cocaína e racista, que adota experimentos nada convencionais para a medicina americana em 1900.

A série, o novo trabalho de Steven Soderbergh, de "Traffic" (2000), se passa no Knickerbocker Hospital, o "Knick", em Lower Manhattan (a parte sul da ilha), e a reconstrução histórica é uma preocupação tanto dentro quanto fora do hospital, nas charretes --e por que não ambulâncias-- puxadas a cavalo nas ruas de Nova York

Os dez primeiros e eletrizantes minutos do episódio de estreia já apresentam, de forma crua, a intenção dos autores, Jack Amiel e Michael Begler, com "The Knick": uma câmera que não foge de sangue, o vício do Dr. Thackery e três mortes após uma cesariana malsucedida.

O resgate histórico da medicina promete ser um dos pontos altos da série, com o aperfeiçoamento de técnicas e de instrumentos usados em cirurgias, que são sempre assistidas por uma legião de "alunos" de fraque.

Enquanto a ciência avança, no entanto, Nova York ainda tenta driblar --ou finge tentar, com uma administração corrupta-- uma epidemia de tuberculose.

"Agora vivemos num tempo com possibilidades infinitas. (...) Vinte anos atrás, 39 era o número de anos que o homem podia esperar viver. Hoje, é mais do que 47", discursa um orgulhoso Dr. Thackery no primeiro episódio.

"The Knick", contudo, se propõe a ir além: traz a tensão racial da época ao colocar Dr. Thackery, a contragosto, diante de um novo braço-direito negro, Dr. Edwards (André Holland), formado em Harvard e com experiência em cirurgia na Europa --a mais avançada da época.

Para Soderbergh, que dirigiu, filmou e editou cada episódio, o roteiro de Jack Amiel e Michael Begler logo o cativou. "É sobre tudo o que me interessa: ciência, medicina, resolução de problemas, conhecimento criativo, raça, estudos, contrato social", disse o diretor ao "New York Times".

Nos EUA, o primeiro dos dez capítulos foi bem recebido pela crítica, e uma segunda temporada já está fechada.


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