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Crítica - Quadrinhos

Análise histórica sobre HQ tem mérito de não se restringir a mercado dos EUA

PAULO RAMOS COLABORAÇÃO A FOLHA

Há ao menos três acertos que diferenciam "Quadrinhos "" História Moderna de uma Arte Global" de outras obras sobre o tema. O primeiro é a atualidade do livro, que chega ao Brasil poucos meses depois de ter sido lançado nos Estados Unidos.

Embora tenha como proposta fazer um relato histórico dos quadrinhos adultos, o que leva a um incontornável olhar pelo retrovisor editorial, a publicação não deixa de registrar também os trabalhos mais recentes, como é o caso de "Você É Minha Mãe?", da norte-americana Alison Bechdel, lançado em 2012 --no Brasil, no ano passado, pelo selo Quadrinhos na Cia.

O segundo diferencial é o ponto de partida da exposição. Em vez de enveredar pela polêmica discussão de quando e onde os quadrinhos surgiram, os dois autores, Dan Mazur e Alexander Danner, optaram por iniciar a cronologia em 1968.

Por que esse ano? Porque é quando começam a ficar mais conhecidas as produções de Robert Crumb.

Expoente do chamado movimento underground, o desenhista norte-americano ajudou a construir uma nova abordagem narrativa. Com temáticas envolvendo sexo e drogas, ele colocou as revistas nas mãos de leitores adultos, algo até então inovador.

A análise histórica feita por Mazur e Danner, no entanto, não se restringe ao mercado estadunidense. Esse é o terceiro e talvez o principal acerto do livro. A dupla detalha movimentos semelhantes na Europa e no Japão, que pautam metade dos 19 capítulos da obra.

Como resultado, o livro cumpre o que promete no subtítulo: um relato contemporâneo de uma arte que não se limita aos Estados Unidos, como fazem crer muitos dos trabalhos publicados naquele país. Um conjunto de cerca de 300 imagens ajuda a compor o relato cronológico.

Apesar de uma das orelhas de "Quadrinhos "" História Moderna de uma Arte Global" registrar que o Brasil é citado na obra, trata-se de menções bastante acanhadas, muitas delas registradas nas notas da tradução ou da revisão técnica. Isso limita um pouco a universalidade apregoada pelo livro.

Sobre o cenário daqui, cabe mesmo aos pesquisadores nacionais a tarefa de esmiuçar o tema. E a editoras como a WMF Martins Fontes a tarefa de abrir espaço para publicações que abordem também as histórias em quadrinhos do país, ainda tão carentes de uma obra de fôlego, como a de Mazur e Danner.


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