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Crítica - Musical

Imitar cantora à perfeição não é suficiente para garantir boa peça

MARCO AURÉLIO CANÔNICO DO RIO

Os palcos brasileiros têm abrigado uma safra de musicais biográficos nos quais os protagonistas ganharam grande (e justo) destaque por sua capacidade de emular os cantores homenageados --Tiago Abravanel como Tim Maia, Emílio Dantas como Cazuza, Laila Garin como Elis.

A estreia de "Cássia Eller - O Musical" deixa claro que imitar o personagem biografado à perfeição não basta para garantir uma boa peça; é necessário atuar, além de contar com uma boa dramaturgia, ausente neste caso.

A cantora Tacy de Campos é ótima como cover de Cássia Eller, função que ela já cumpria nos bares da vida. Sua voz, seu jeito, seu visual lembram de cara a cantora.

Mas uma peça, mesmo um musical, não é um show. Para segurar a narrativa, é necessário ter atores que interpretem. Para contornar as dificuldades de ter uma não atriz no papel de protagonista, o roteiro praticamente deixa Cássia Eller sem falas, na peça sobre sua vida.

A culpa, evidentemente, não é de Tacy, que sempre deixou claro que não era atriz --no que sabe fazer, cantar e tocar, ela se garante.

Não por acaso, os melhores momentos da peça são justamente as partes em que ela está interpretando os sucessos de Cássia, com fidelidade espantosa. Para os inúmeros fãs da cantora, parece bastar, como prova a bem-sucedida temporada até agora.

Mas, para quem está interessado em teatro, são muitos equívocos em cena --do cenário tenebroso, que parece uma caverna, ao roteiro mal ajambrado--, que fazem deste o mais fraco produto da safra de musicais biográficos.


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