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Crítica Drama

Filme mistura lirismo e superficialidade da paisagem viva e decrépita de Havana

FLÁVIA MARREIRO DE SÃO PAULO

Eles fizeram de novo. Cineastas consagrados se uniram para filmar uma cidade e o resultado agora é "Sete Dias em Havana", que reúne a dor e a delícia do gênero: mescla de episódios em que a força estilística momentânea luta contra a incômoda "macumba para turista".

Rodado em 2011, o longa é a estreia do ator porto-riquenho Benicio del Toro na direção, responsável por filmar a segunda-feira -cada episódio remete a um dia da semana.

Os demais capítulos são assinados pelo argentinos Gaspar Noé e Pablo Trapero ("Família Rodante"), pelo espanhol Julio Medem, pelo palestino Elia Suleiman e pelo francês Laurent Cantet (vencedor em Cannes com "Entre os Muros da Escola").

Juan Carlos Tabío ("Morango e Chocolate") é o único cubano do grupo.

Havana, cidade viva e fóssil político, se presta como poucas ao formato. Desfilam imagens líricas e comoventes da força e das ruínas da última capital comunista do Ocidente, sobrevivente de um bombardeio que não existiu.

Os altos e baixos da narrativa não se resolvem com a pretensão de costura sutil do cubano Leonardo Padura Fuentes, que assina o roteiro.

Mas há momentos que valem pelo todo, como quando Suleiman vaga à espera do comandante -o palestino coloca o aposentado e convalescente Fidel Castro de volta ao púlpito, discursando "ad

aeternum"- e o epílogo filmado por Cantet.

É a câmera do diretor francês -e, curiosamente, não a do cubano Tabío- que extrai de um típico casarão/cortiço de Havana uma história poderosa sobre o sincretismo religioso local, o empreendedorismo à cubana e a vida comunitária. Viva Oxum, madrinha de Cuba.


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