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Crítica / Livro

Imagens poéticas e sigilo em torno do ritual permitem construir uma narrativa própria

FABIO CYPRIANO CRÍTICO DA FOLHA

"Welcome Home", primeiro livro de fotografias de Gui Mohallem, vai no sentido contrário do da maioria das novas publicações de arte.

A começar pelo seu tamanho discreto, que é o de um livro comum. Além disso, a maioria das 45 imagens mantém o tom: são registros em 12 x 8 cm, como as antigas ampliações que povoavam os praticamente extintos álbuns de fotos.

Numa época de hiperexposição e excesso de informação, Mohallem apresenta suas fotografias como peças de um quebra-cabeças que nunca se completa.

Há poucas indicações sobre o que representa a celebração do Beltane, citada vagamente nos três textos do livro. Nem mesmo o fato de um dos textos, o de autoria de Q., ter sido escrito por alguém que também frequenta o ritual -se ritual é mesmo o melhor nome para esse evento-, serve para dar maiores pistas.

Em "Welcome Home", o autor prefere proteger o local. Sabe-se que fica nos Estados Unidos. Identidades das pessoas e informações básicas, ou seja, tudo o que seria essencial do ponto de vista jornalístico, é omitido.

Contudo, trabalhos como o de Mohallem ensinam: as imagens podem levar o observador a criar uma narrativa que pode ser independente de sua "verdade original".

Afinal, mesmo quem não passou pela experiência do Beltane pode imaginar, a partir das poéticas imagens de Mohallem, algo que seja tão intenso e verdadeiro quanto o vivenciado por aqueles que participam do ritual.


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