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Sem dizer adeus

Mostra de videoclipes abre hoje no MIS e "Ilustrada" elege melhores produções da história da música brasileira

IURI DE CASTRO TÔRRES DE SÃO PAULO

Quatorze anos se passaram, mas as cenas em preto e branco protagonizadas por Fernanda Torres e pelos integrantes de Os Paralamas do Sucesso continuam na memória afetiva do Brasil.

"Ela Disse Adeus", videoclipe lançado em 1998, foi eleita a melhor produção brasileira de todos os tempos, segundo enquete realizada pela "Ilustrada" com 30 profissionais ligados à produção audiovisual e à música.

Votaram VJs, cineastas, produtores, quadrinistas, atores e artistas plásticos.

Vencedor de diversos prêmios no VMB (Video Music Brasil), o clipe foi lembrado por 12 dos 30 votantes da enquete -cada um votou em cinco videoclipes marcantes.

A vitória foi apertada: "Diário de um Detento", dos Racionais MCs, teve dez votos e levou a prata. "Maracatu Atômico", de Chico Science & Nação Zumbi, com nove votos, ficou em terceiro lugar.

A enquete foi realizada no momento em que o Museu da Imagem e do Som abre a mostra "Spectacle", que destaca a importância cultural do videoclipe, suas origens e seu futuro.

Em tempos de 3D, formatos digitais e clipes interativos na internet, foi um vídeo em preto e branco, inspirado no cinema mudo e gravado em película que ganhou.

"Esse clipe não envelheceu", analisa Andrucha Waddington, que assina a direção de "Ela Disse Adeus" com Breno Silveira e Toni Vanzollini. "Bons clipes são aqueles que têm uma ideia só e focam nela", completa.

A atriz Fernanda Torres, que dá vida a uma empregada e amante maltratada pelos músicos, lembra-se com carinho das gravações.

"Foi tudo feito em um dia, uma correria louca, mas divertidíssima", diz. "Adoro a vingança dela, de matá-los de jeitos engraçados."

"É uma de nossas músicas mais conhecidas, graças ao clipe", confirma João Barone, baterista de Os Paralamas.

ERA DE OURO

Nenhum dos cinco melhores clipes eleitos na enquete promovida pela "Ilustrada"foi feito depois do ano 2000.

Foi este o ano que marcou o pico da chamada "era de ouro" do formato, graças tanto à MTV quanto a uma indústria fonográfica ainda rica e ativa -clipes surgiram como forma de divulgar discos.

"Seria impossível fazer um clipe igual hoje em dia", afirma Breno Silveira. "Quando a música tinha dinheiro, impulsionava muita gente. O clipe se pagava e isso era ótimo."

Zico Goes, diretor da MTV, concorda que houve um auge do videoclipe, mas avalia que o formato está longe de morrer. "Hoje todo mundo pode fazer um vídeo, a tecnologia é muito mais barata e acessível", analisa.

A internet virou o celeiro do formato, e gravadoras ganham dinheiro com o quase monopólio da Vevo no YouTube e artistas independentes apostam em clipes virais ou apenas para fãs.

Quem não deve dizer adeus tão cedo é o videoclipe.


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