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Memórias familiares vencem em Tiradentes

Documentário "Os Dias com Ele", de Maria Clara Escobar, ganha o prêmio da crítica

MATHEUS MAGENTA ENVIADO ESPECIAL A TIRADENTES (MG)

Uma documentarista que busca, a partir de entrevistas com seu pai, resgatar memórias familiares e relatos sobre a tortura durante a ditadura militar foi a grande vencedora da 16ª Mostra de Cinema de Tiradentes.

"Os Dias Com Ele", de Maria Clara Escobar, venceu os prêmios da crítica e do júri jovem na edição deste ano do festival, que se encerrou ontem com um público estimado de 35 mil pessoas (ao longo de nove dias).

Metalinguístico, o filme traz o processo que a diretora enfrentou ao tentar extrair depoimentos de seu pai, o filósofo e dramaturgo Carlos Henrique Escobar.

Preso em 1973, ele perdeu quase toda a audição após ser torturado -desde então, evita falar sobre o ocorrido.

Maria Clara parte da história do pai, de quem busca também lembranças familiares por ter convivido pouco com ele (atualmente vive em Portugal), para tentar resgatar parte da história da luta armada durante a ditadura.

Para Cezar Migliorin, professor de cinema da Universidade Federal Fluminense e mediador do debate sobre o longa, a luta dela diante do fracasso iminente da empreitada talvez seja "grande parte da experiência que o filme nos permite".

A ditadura foi também pano de fundo de outras três obras exibidas em Tiradentes. Entre elas está "Dossiê Jango", documentário de Paulo Henrique Fontenelle que venceu o prêmio do júri popular. O longa lança suspeitas sobre as circunstâncias da morte do ex-presidente João Goulart (1919-76), exilado após o golpe de 1964.

Entre os curtas, Gabriel Martins e Victor Furtado venceram o prêmio da crítica com "Meu Amigo Mineiro", produzido pelo coletivo cearense Alumbramento, e o cineasta pernambucano Gabriel Mascaro venceu os prêmios do júri popular e do Canal Brasil com "A Onda Traz, O Vento Leva".

Tradicional abertura do calendário anual brasileiro de festivais de cinema, a Mostra de Tiradentes se consolidou como um espaço para jovens cineastas e obras mais autorais e experimentais.

Neste ano, o festival ampliou o número de mostras (para acolher realizadores independentes com filmografias mais extensas) e teve como tema a produção cinematográfica realizada fora do eixo Rio-SP. Curiosamente, a grande vencedora foi uma produção paulista.

O jornalista Matheus Magenta viajou a convite da organização da mostra


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