Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ilustrada

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Verba foi trunfo de gestão, diz chefe da Ancine

Manoel Rangel, que deixa cargo em maio, exalta ampliação de fomentos para audiovisual

ALBERTO PEREIRA JR. DE SÃO PAULO

Em três meses, Manoel Rangel, 41, abrirá mão do crédito maior na hierarquia do cinema nacional.

Diretor-presidente da Ancine (Agência Nacional do Cinema), ele deixará o cargo -mesmo tendo a possibilidade de permanecer nele- após mais de seis anos à frente do órgão responsável pela política audiovisual do país.

"Meu mandato se encerra no dia 20 de maio. Acredito que desempenhei um bom trabalho. Dediquei todas as minhas energias, me empenhei nas boas causas", afirma, em entrevista à Folha.

Para Rangel, o país "conquistou" uma política audiovisual, "que não pertence a um dirigente da Ancine, a um ministro, a um presidente".

Hoje com cargos de direção na agência, Glauber Piva, ligado ao PT, e Vera Zaverucha, próxima a cineastas do Rio, disputam a vaga. Rangel, que deve tirar um sabático antes de decidir novos rumos profissionais, diz que ambos têm sido "bons parceiros" seus.

Entre as "boas causas" mencionadas por Manoel Rangel, destacam-se a consolidação do Fundo Setorial do Audiovisual, uma linha de crédito específica do Fundo Nacional de Cultura, e a lei 12.485/2011, que regulamentou a TV por assinatura, estabelecendo a entrada das teles no segmento e a cota de produção nacional no horário nobre das redes pagas.

Vem da combinação dessas duas iniciativas e do empenho pessoal de Manoel Rangel o incremento da verba de fomento da agência nos últimos anos. O Fundo Setorial do Audiovisual, por exemplo, terá R$ 830 milhões para investir neste ano.

"A Ancine é uma agência reguladora do setor de audiovisual, e um dos instrumentos de regulação do mercado é o fomento. Tem também o desafio de construir um mercado brasileiro robusto, para que a produção nacional tenha uma forte presença interna e externa", justifica.

BALANÇO

O maior aporte de capital no setor não significou um crescimento do mercado cinematográfico em 2012, segundo dados do balanço anual da própria Ancine.

Embora tenha cabido a uma distribuidora nacional, a Paris Filmes, a liderança da participação de ingressos vendidos, o cinema brasileiro lançou menos títulos. Foram 83 no ano passado contra 99 em 2011.

O público também recuou em 12,9% em relação a 2011, assim como a renda encolheu 3,7%. "Tem anos melhores e anos piores. É, portanto, uma situação sazonal. Quem decide os filmes que são feitos não é a Ancine. São as produtoras e distribuidoras. A atividade é privada no Brasil", argumenta Rangel.

Segundo ele, o cenário em 2013 é mais otimista, graças ao filme "De Pernas pro Ar 2", que já acumulou mais de 4 milhões de espectadores e a outros lançamentos.

O Vale-Cultura, subsídio de R$ 50 mensais aos trabalhadores para a aquisição de bens culturais, também é uma aposta.

"Acho que os trabalhadores não visitarão os cinemas VIPs, que cobram R$ 60. Eles irão às salas mais convencionais; vão encontrar ingressos com preços elevados, de R$ 20, R$ 22, mas R$ 50 por mês é melhor do que zero. Vai beneficiar a cultura como um todo", observa Rangel.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página