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Justiça suspende estreia de peça sobre Isabella Nardoni

DE SÃO PAULO

A Justiça suspendeu a estreia do espetáculo "Edifício London", que ocorreria anteontem no Satyros 1, em São Paulo. A peça se baseia no caso Isabella Nardoni, menina de cinco anos que morreu em 2008 após ser jogada do sexto andar do prédio onde moravam o pai e a madrasta.

A decisão do desembargador Marcelo Fortes Barbosa Filho, da 6ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, atendeu a pedido da mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, que entrou com uma ação pedindo o cancelamento da peça.

Segundo a decisão judicial, a peça faz "remissão direta ao homicídio de que sua filha foi vítima, na qual, 'em verdadeira aberração', é, inclusive, lançada uma boneca decaptada por uma janela, configurando violação à imagem de sua filha morta e efetiva agressão a sua pessoa".

O desembargador fixou uma multa de R$ 10 mil, caso a peça seja encenada.

Em nota, a companhia teatral Os Satyros afirma que serão adotadas medidas para fazer valer o artigo 5º da Constituição brasileira, "que diz, de forma clara e precisa, que 'é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença'."

Autor da peça, Lucas Arantes diz que buscou criar uma história original apenas com referências à morte de Isabella. "A peça não se parece com o que saiu nos jornais, pois minha busca foi de criar uma mitologia universal."

Rodolfo García Vázquez, diretor do grupo Os Satyros, disse que não poderia se manifestar porque o processo corre em segredo de Justiça.

A peça chegou a ser exibida numa espécie de pré-estreia em Ribeirão Preto (SP), em setembro passado.

Já o texto da peça foi publicado em livro pela Editora Coruja (R$ 10, 110 págs.) em novembro passado.

COMOÇÃO

A morte de Isabella Nardoni em 29 de março de 2008 causou comoção no país.

Na ocasião, seu pai, Alexandre Alves Nardoni, e sua madrasta, Anna Carolina Trotta Jatobá, afirmaram à polícia que uma pessoa pode ter invadido o apartamento e jogado a menina da janela.

Em março de 2010, Alexandre Alves Nardoni e Anna Carolina Trotta Jatobá foram condenados por homicídio triplamente qualificado e fraude processual (por ter alterado a cena do crime).

Alexandre recebeu pena de 31 anos, um mês e dez dias de prisão, e Anna Carolina, de 26 anos e oito meses. Ambos negam o crime.


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