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Crítica musical

'O Mágico de Oz' tem bons números, mas se perde na tentativa de agradar a todos

LUIZ FERNANDO RAMOS CRÍTICO DA FOLHA

Adulto ou infantil? "O Mágico de Oz", produção de Charles Möeller e Claudio Botelho, reitera o projeto da dupla de fortalecer o teatro musical no Brasil, mas sugere certa fadiga dos materiais. Trigésima criação gerada na parceria, o espetáculo mira uma faixa alargada de público.

O filme de Hollywood, de 1939, deve seu sucesso mais ao carisma de Judy Garland e às canções da genial dupla de compositores Harold Arlen e Edgar Harburg do que à história de Dorothy, menina moça que se vê transportada para o onírico mundo de Oz.

A narrativa remonta ao livro "O Maravilhoso Mágico de Oz", publicado em 1900 e que foi um êxito editorial. Já em 1902, o próprio autor, L. Frank Baum (1856-1919), fez a primeira de muitas outras adaptações para o teatro que antecederiam o filme.

A transposição de Möeller e Botelho foca na versão cinematográfica, guiada por montagem inglesa, de 1988, da Royal Shakespeare Company.

É talvez de lá que sai um personagem estranho à trama original, tipo de fauno a evocar os poderes da natureza. Se ele impressiona pela coreografia, confunde o público infantil, sem treino com alegorias. Já a voz enjoativa da Dorothy de Malu Rodrigues busca sintonia com as crianças.

A oscilação de registros, ou de seus alvos preferenciais, prossegue com o tratamento que Lúcio Mauro Filho dá ao Leão Covarde. Mais do que fofo, o personagem aparece no estereótipo do gay efeminado, em clara sedução ao público mais maduro.

Os únicos desempenhos que escapam dessa hesitação entre faixas etárias são o de Heloísa Périssé, que como a Bruxa Má do Oeste improvisa e arrebata, e Luiz Carlos Miéle, como o Mágico, que se destaca pela elegância e economia de gestos.

Os arranjos musicais do filme reaparecem bem executados pela orquestra e pelos cantores, e as letras têm a qualidade habitual das versões de Botelho.

Contudo, curiosamente, parece faltar música neste musical. A fixação no roteiro fílmico, com menos números do que a média dos espetáculos do gênero, deixa a montagem arrastada, o que compromete a direção de Möeller.

A dupla tem méritos indiscutíveis e crédito para errar sem culpa. A dificuldade de se recomendar "O Mágico de Oz" para todos os públicos é um indício, porém, de que já nem tudo que eles tocam vira ouro.

O MÁGICO DE OZ
QUANDO sex., às 21h30, sáb., às 16h e 20h, e dom., às 15h e 19h
ONDE Teatro Alfa (r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. 0/xx/11/5693-4000)
QUANTO de R$ 40 a R$ 180
CLASSIFICAÇÃO livre
AVALIAÇÃO bom


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