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Diário de Londres

O MAPA DA CULTURA

República na monarquia

Cidadãos lunares e um rei disputado a tapa

LEANDRO COLON

A rainha Elizabeth 2ª talvez nem saiba, mas, desde o dia 10 de janeiro, há uma república independente na capital da monarquia britânica. Um grupo de artistas chamado "Arts Catalyst" completa 20 anos em 2014 e, para celebrar a data, declarou em Londres a "Republic of the Moon", ou República da Lua.

O "Arts Catalyst", ONG britânica que se diz engajada em misturar arte e estudos sobre ciência, montou uma exibição gratuita, em cartaz na galeria Bargehouse até 2 de fevereiro. "Transformamos o espaço da galeria na embaixada da Lua na Terra, somos um território autônomo", avisam os artistas, num tal de "Manifesto por uma República da Lua". Eles celebram também os mais de 40 anos desde que o homem pisou o solo do satélite, mas avisam que agora o negócio vai ser explorá-lo: "Mais cedo ou mais tarde, vamos voltar".

O trabalho mais maluco é o da escocesa Katie Paterson. "Terra-Lua-Terra" usa transmissão de rádio em código Morse para enviar musicas à Lua. As ondas batem na superfície e retornam à Terra em outro formato. É que a sombra absorve parte da informação, e outra parte se perde nas crateras. Quem visita a exibição pode ouvir, por meio de um solitário piano, o resultado obtido com "Sonata ao Luar", de Beethoven.

A primeira vez que a tal república lunar apareceu foi em 2011, em Liverpool, como reação ao movimento de empresas privadas e de alguns países em explorar fontes naturais da Lua. Agora, o projeto ganhou uma dimensão bem maior, com novas peças incorporadas e ampla divulgação na mídia. Vale ver ainda a obra "Lua Própria", do russo Leonid Tishkov, com imagens em que um homem leva a Lua para casa e passa a viajar com ela pelo mundo, e o trabalho "Nós Colonizamos a Lua", sobre a ideia de exploração do lugar.

'NA TERRA DO FISH AND CHIPS'

É cada vez maior a paranoia com a obesidade por aqui. Pesquisa divulgada no fim do ano pela Universidade de Glasglow aponta que 40% dos britânicos chegam aos 60 anos com sobrepeso. Um grupo foi acompanhado por 14 anos. Pelo menos 38% apresentaram sérios riscos de saúde ligados a fatores alimentares.

Neste começo de 2014, o pânico só fez aumentar. A entidade "Action Sugar" iniciou uma campanha para que a população reduza o uso do açúcar na comida entre 20% e 30% nos próximos cinco anos.

Foi até mesmo publicada uma lista com as guloseimas preferidas dos britânicos e a quantidade de colheres de açúcar por porção. O campeão é o "frapuccino" da rede Starbucks, que leva empapuçantes 11 colheres de chá.

SHAKESPEARE E BALADA

Quem visitar Londres proximamente deve tentar assistir ao espetáculo "Henrique 5º", que ocupa o teatro Noel Coward desde 3 de dezembro. Protagonizada por Jude Law, a montagem do texto de Shakespeare virou a queridinha da crítica. Os ingressos são disputadíssimos até o fim da temporada, no dia 15 de fevereiro.

O espetáculo levou quatro estrelas do crítico do "Guardian" Michael Billington. Segundo ele, Law parece mais "maduro" que muitos outros que já interpretaram o papel daquele que foi rei da Inglaterra entre 1413 e 1422. Para popularizar a peça, até anunciaram um preço camarada de 10 libras (quase R$ 40) para alguns bilhetes, mas estes só são encontrados por milagre. Um ticket pode vir a custar R$ 420.

Quem não estiver com tanto cacife pode desembolsar a bagatela de 3 libras (cerca de R$ 12), preço para quem confirmar presença pelo Facebook, e aproveitar a noite londrina na balada The Book Club. O bar tem a fama de ser hoje um dos mais criativos da cena londrina. Tem preços decentes e fica longe do burburinho.

O QUE SIR FERGUSON TEM?

O best-seller de 2013 por aqui foi a autobiografia do ex-treinador Alex Ferguson, que comandou o Manchester United por 27 anos e é o mais premiado técnico do futebol inglês.

Cerca de 650 mil exemplares do livro foram vendidos desde outubro, um recorde nacional de quantidade de cópias para este intervalo de tempo, em obras de não ficção. Entre as muitas histórias, uma pode fazer o leitor brasileiro levantar a sobrancelha. Primeiro jogador do Brasil a vestir a camisa do United e apresentado com Cristiano Ronaldo, em 2003, o pentacampeão Kléberson é tratado com deboche. O "manager" conta que ele perdeu o respeito entre os colegas depois que levou o sogro para um café da manhã para o qual somente atletas eram convidados.


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