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Imóveis

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É preciso cuidado ao alterar a planta de um 'assinado'

Há quem reforme para ressaltar as características originais do imóvel; outros preferem transformá-lo

Nesse segmento, quem procura suítes, vagas na garagem e área de lazer dificilmente vai encontrar

DE SÃO PAULO

Quem pretende morar em um imóvel antigo e assinado por um arquiteto renomado deve levar em conta que a planta do imóvel e o condomínio costumam ser muito diferentes dos oferecidos pelos empreendimentos novos.

Isso ocorre porque o estilo do edifício, mesmo que resista ao tempo, teve como foco famílias com hábitos diferentes e mais numerosas do que as de hoje.

Segundo Marcelo Montoro, da imobiliária Imóveis Diferenciados, o perfil dos apartamentos mais antigos, quando comparados com os atuais, é de imóveis com pé-direito mais alto, cômodos e janelas maiores e paredes mais grossas.

Quem espera suítes, várias vagas de garagem e uma área de lazer com muitos equipamentos, na maior parte dos casos, não vai encontrar.

O valor do imóvel "assinado" depende do estado de conservação. Um apartamento malcuidado, como qualquer outro, tende a ser depreciado. "Às vezes, é preciso atualizar o sistema hidráulico e elétrico do prédio, o que não depende só do morador", diz o presidente da franquia imobiliária Re/Max Brasil, Renato Teixeira.

De acordo com o corretor Ricardo Gomes, 56, um "assinado" custa em geral de 10% a 30% mais do que um apartamento do mesmo tamanho e com o mesmo estado de conservação em um prédio vizinho. "A procura pelo Bretagne, por exemplo, é bem maior do que pelos outros edifícios do entorno."

Fundador da imobiliária Axpe, José Eduardo Cazarin diz que em geral eles são mais caros porque há poucas unidades no mercado.

HISTÓRIA

Para José Armênio, do IAB-SP, uma solução para quem quer morar em um edifício antigo com planta moderna é mudá-la: "Você quebra paredes e faz uma suíte, por exemplo".

O "perigo", se a obra não for bem-feita, é descaraterizar o imóvel e eliminar exatamente o que o torna diferente dos outros, a história.

Janaína Rueda, proprietária e chefe do bar Dona Onça, que fica no pé do Copan, edifício onde ela tem também um apartamento de 197 m², modificou a planta para adequar o imóvel ao seu uso.

"Comprei-o em 2007 por R$ 250 mil, mas, numa reforma que durou dois anos, derrubei a parede que separava cozinha e sala e transformei o ambiente em um espaço só, com direito a uma cozinha industrial." A reforma e a instalação da cozinha custaram R$ 200 mil.

Já a urbanista Simone Gatti, 34, fez uma reforma com o objetivo oposto --aproximar o apartamento de seu projeto original.

O imóvel em que ela mora, de 140 m², fica no condomínio Edifício Albertina, Cícero Prado e Cecília, nos Campos Elíseos, na região central.

Projetado pelo ucraniano naturalizado brasileiro Gregori Warchavchik (1896-1972)o conjunto foi levantado em 1954. Formado por três blocos em formato de "U", tem apartamentos que medem de cem metros quadrados a 140 m².

Ela refez o parquet da sala e restaurou o piso original da sacada. "Tudo nele foi planejado para eu ter luz solar, ventilação, silêncio. Há janelas em três faces do apartamento", conta. Gastou 6% do valor do imóvel na reforma.

Para deixá-lo igual ao original, ainda irá reformar o banheiro e trocar as louças e as pastilhas. "Faço isso por amor à arquitetura."


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