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Imóveis

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Só 9% conseguem financiar imóvel de R$ 300 mil em SP

Cerca de 80% dos lançamentos da capital têm valor acima desse patamar

Para conseguir crédito de R$ 210 mil, é preciso ter renda de R$ 6.984; prestação não pode superar 30% do salário

ANA MAGALHÃES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com os juros do financiamento habitacional nos patamares mais baixos dos últimos dez anos, adquirir um financiamento ficou mais fácil e menos dispendioso. Porém, moradores de grandes capitais enfrentam outro dilema: com a alta de preços, não é fácil encontrar um imóvel que caiba no bolso.

Dos 11,2 milhões de moradores de São Paulo, 6,3 milhões possuem renda, mas, desses, apenas 8,7% têm condições de financiar sozinhos um imóvel de R$ 300 mil (dando R$ 90 mil de entrada), pois ganham acima de 10 salários mínimos (cerca de R$ 6.800), segundo o IBGE.

Simulação feita pelo economista José Dutra Vieira Sobrinho mostra que, para financiar um imóvel de R$ 300 mil reais, com 10% de entrada (R$ 30 mil), é preciso ter uma renda mensal comprovada de R$ 8.980. Se a entrada for de 30%, então a renda exigida cai para R$ 6.984.

O limite existe porque o comprador pode comprometer, no máximo, 30% de seu salário com as prestações.

Levantamento feito pela Geoimovel mostra que, com alta de 113% no valor dos imóveis em SP nos últimos cinco anos, são cada vez mais raros os lançamentos inferiores a R$ 300 mil. Se, em 2010, 54% valiam menos do que isso, no ano passado, esse percentual caiu para 32%.

"A recuperação de preços dos imóveis nos últimos anos foi muito maior do que a recuperação dos salários. Agora as pessoas precisam adequar suas necessidades a uma nova realidade", afirma Celso Petrucci, economista do Secovi-SP (sindicato da habitação). "Em pouco tempo estaremos todos morando em apartamentos de 25 m²."

PERIFERIA

"Em São Paulo, no Rio e em Brasília, imóveis abaixo de R$ 200 mil só existem na periferia da periferia", afirma Luiz Paulo Pompeia, presidente da Embraesp.

O programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, subsidia apartamentos com juros inferiores aos praticados pelo mercado e, portanto, exige do comprador uma renda menor. Porém, contempla apenas unidades de até R$ 190 mil. Acima disso, os juros médios cobrados variam de 7% a 9% ao ano.

"As famílias hoje têm acesso a imóveis menores e menos qualificados do que há cinco anos", diz João da Rocha Lima, coordenador do núcleo de Real Estate da Poli-USP. "O custo dos terrenos e da construção aumentou acima dos salários."

Octavio de Lazari, presidente da Abecip (associação de crédito imobiliário), destaca que o financiamento imobiliário no Brasil avançou nos últimos anos -há prazos maiores, juros menores e mais recursos. Em 2009, os bancos concederam R$ 20,2 bilhões em crédito para a aquisição de imóveis -no ano passado, o volume foi de R$ 54,7 bilhões (alta de 171%).

Para ele, boa parte da população brasileira tem renda para comprar um imóvel. "Além disso, é possível usar o FGTS para dar de entrada e a renda exigida é familiar."

Diante da nova realidade de preços na capital, "muita gente não consegue comprar [um imóvel], mas hoje há mais pessoas que podem do que há 15 anos", diz Alessandro Vedrossi, da incoroporadora Brookfield.


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