Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Zona norte entra no radar de investidores

Aumento de renda da população e potencial inexplorado nos últimos anos levam varejo e shoppings à região

Potencial de consumo de moradores da área cresce 54% entre 2000 e 2010 e chega a R$ 1,4 bilhão por mês

MARIANNA ARAGÃO DE SÃO PAULO

Após muitos anos sendo ofuscada por outras regiões consideradas mais nobres da capital paulista, a zona norte entrou em definitivo no radar de empresas da área de varejo e consumo.

A região ganhou nos últimos anos dezenas de empreendimentos para atender ao potencial de consumo da sua população, estimado em R$ 1,4 bilhão mensal.

Só neste ano, dois grandes shopping centers serão inaugurados na região.

O Shopping Metrô Tucuruvi, da incorporadora JHSF (dona do shopping de luxo Cidade Jardim), deve abrir as portas no primeiro semestre, com a previsão de atrair 25,2 milhões de visitantes por ano.

Em outubro, é a vez do Tietê Plaza Shopping, da empresa CCP, braço de empreendimentos comerciais da incorporadora Cyrela.

O investimento de R$ 280 milhões vai atender moradores das classes B e C de bairros como Freguesia do Ó, Pirituba e Casa Verde.

"A zona norte deixou de ser 'o outro lado da marginal' e passou a ser uma região reconhecida por qualidade de vida e facilidade de acesso, graças ao metrô", afirma Marcos Callegari, diretor da empresa de inteligência de mercado Escopo.

"Somado a isso, há o aumento real de renda da população, que fez com que os olhos dos empresários se voltassem para a região."

Segundo dados levantados pela Escopo para a Folha, o poder de consumo da população cresceu 54% entre 2000 e 2010, para cerca de R$ 1,4 bilhão por mês. Em bairros como Brasilândia, com 240 mil habitantes, a expansão foi de 80%.

"É uma população que compra seu primeiro carro, seu primeiro imóvel e eleva a demanda por centros de compras que reúnam compras, lazer e alimentação", afirma Callegari.

INEXPLORADO

Além disso, a zona norte passou a atrair mais investimentos voltados ao consumo por seu potencial pouco explorado, em relação a outros bairros da capital.

A distribuição regional dos shopping centers na cidade é um exemplo. Do total de 51 empreendimentos de São Paulo, apenas 4 ficam na zona norte (o número deve subir para 6 até o final do ano).

Na zona sul, são 20, ante 11, 7 e 9 nas zonas leste, central e oeste, respectivamente, segundo dados da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers).

"É uma região desassistida de centros comerciais fortes", afirma Francisco Pereira, diretor de novos negócios da CCP.

Com o empreendimento, que fica ao lado da marginal Tietê, a empresa pretende atender 1 milhão de habitantes, com renda familiar de R$ 4.800, acima da média da cidade de São Paulo, de R$ 3.000, segundo Pereira.

"São pessoas que hoje precisam pegar o carro e dirigir 11 quilômetros até o shopping mais próximo [o Shopping Center Norte, na região desde 1984]", diz Pereira.

De acordo com dados do último censo, de 2010, com 2,2 milhões de moradores, a região representa 20% dos habitantes da capital.

A zona norte reúne a terceira maior população da capital paulista, atrás das zonas leste e sul.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página