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Análise

Volta da inflação pode comprometer orçamento e impactar inadimplência

SAMY DANA ESPECIAL PARA A FOLHA

Por muitas décadas o brasileiro conviveu com o temor da inflação, e não era para menos.

O controle sobre os preços é relativamente recente no país, após períodos de instabilidade como as décadas de 80 e 90, quando as altas atingiram mais de 300% ao ano.

Desde a implementação do Plano Real a situação econômica passou a trilhar uma estrada de calmarias.

Ainda assim, a preocupação com o fantasma dos preços, apesar de contida, nunca deixou os consumidores.

E, por pior que seja, parece que a assombração está de volta para perturbar os dias dos cidadãos brasileiros.

O caso mais recente de avanço nos preços é o de alimentos básicos. A estrela da vez é o tomate, que quase dobrou de preço em uma semana, para depois cair mais de 40% no atacado.

Mas os efeitos não ficaram restritos aos alimentos. Outros produtos básicos, como os combustíveis, têm mostrado aumentos de preço desde o início de 2013.

A gasolina e o diesel, por exemplo, subiram 6,6% e 5,4%, respectivamente, no começo de fevereiro, e não há previsões de baixa.

O governo federal já admite aumentos na taxa de juros para controlar os preços, dado que a inflação superou as metas para o começo do ano.

Apesar de contrastar com todas as políticas adotadas até então, a medida é válida. Contudo, é importante refletir sobre seus efeitos.

Até o momento, calcula-se uma queda de 0,4% nas vendas em supermercados, em razão dos aumentos de preços nos últimos 12 meses.

A baixa é a primeira em quatro anos, evidenciando o momento de apreensão do mercado.

Com a elevação dos preços de medicamentos, alimentos e combustíveis, o brasileiro ficará sem orçamento para sanar suas dívidas, e o aumento dos juros deve comprometer ainda mais a inadimplência.

A tensão já está instaurada, e não há volta. Cabe agora ao governo estudar desonerações e políticas de contenção de preços com efeitos no curto e médio prazos, pois dizer que está tudo sob controle já está se tornando um desrespeito à capacidade intelectual da população.


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