Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Mulheres serão 30% da força emergente

Uma das executivas mais poderosas do mundo diz que a fração feminina na economia igualará a China e a Índia

Vice-presidente de políticas públicas da Ernst & Young diz que empresas perdem se não atenderem público feminino

MARIANA SALLOWICZ DO RIO

A americana Beth Brooke, uma das cem mulheres mais poderosas do mundo, acredita que consumidoras, empreendedoras, funcionárias e executivas serão a nova força emergente do mundo, ao lado de China e Índia.

Ela veio ao Brasil no mês passado lançar um programa que busca explorar o potencial para negócios de atletas após a aposentadoria.

Brooke, vice-presidente global de políticas públicas da Ernst & Young (consultoria americana que apoia a Olimpíada do Rio), está constantemente engajada em programas para o desenvolvimento das mulheres.

A executiva ocupa a 99ª posição na lista anual de poderosas da revista "Forbes". Aos 53 anos, a americana acredita que as empresas devem voltar a atenção ao público feminino, cuja renda global vai saltar de US$ 13 trilhões para US$ 18 trilhões nos próximos cinco anos, estima.

Ela é responsável pela política pública da consultoria em 140 países, tendo que negociar frequentemente com autoridades, empresários e políticos. Leia a seguir os principais pontos da entrevista concedida à Folha.

Folha - Como se tornou uma das mulheres mais poderosas do mundo?

Beth Brooke - Esse reconhecimento veio como resultado do meu trabalho e do que defendo na Ernst Young há anos. Uso a minha plataforma para mobilizar pessoas em 140 países, para fazer um impacto positivo no mundo. Mas não acredito que chegaria a esse posto sozinha.

É preciso cultivar uma rede de relacionamentos, ter pessoas te estimulando. A alguém fica poderoso ao reconhecer que não se faz nada sozinho.

As mulheres têm ganhado importância nos negócios?

Sim, e isso irá crescer ainda mais. Há estimativas de que as mulheres terão um poder econômico tão grande nos próximos dez anos que já estão sendo chamadas por estudiosos e especialistas de o "terceiro bilhão". Significa que 1 bilhão de mulheres pelo mundo ingressarão na economia global, junto com outros 2 bilhões vindas da Índia e da China.

As empresas estão preparadas para receber esse público?

Não. Costumo perguntar para os presidentes das empresas: você estão investindo na Índia, na China? A resposta é sempre sim. Então pergunto: por que não estariam investindo nas mulheres? Eles nunca estão.

O que falta ser feito?

As empresas devem focar não só na contratação de mulheres, mas também no desenvolvimento delas. Os consumidores de seus produtos certamente não são só homens. Não é possível conduzir um negócio com líderes apenas do sexo masculino.

O empreendedorismo é um desvio desse obstáculo?

Sim, o número de mulheres que são empresárias cresce com força. Elas cansaram do ambiente corporativo, que não é favorável a elas.

Como deve ser o ambiente de trabalho?

Flexível, deve permitir que os funcionários possam equilibrar a vida pessoal e profissional. Para isso, é preciso focar no resultado.

A funcionária deve ter a liberdade de dizer que precisa levar o filho ao médico na sexta-feira. Pode compensar como for melhor para ela. No sábado, por exemplo.

Quais são os problemas que vê nas mulheres empreendedoras e trabalhadoras?

São muito focadas nos detalhes, mas não têm um olhar mais distanciado, com estratégia. Ficam emperradas naquilo, não vão além.

E o que acha da presidente do Brasil, também na lista de mulheres poderosas?

É muito importante ter uma mulher como presidente. Dessa forma, qualquer menina pequena pode sonhar em ser presidente, uma vez que já viu isso acontecer.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página