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Competição entre Estados é boa, diz Nobel
No Brasil, Edward Prescott afirma que concentração de polos econômicos é problema
Em meio a discussões sobre a guerra fiscal, o economista americano Edward Prescott, Nobel de Economia em 2004, afirma que o Brasil precisa estimular a competição entre os Estados.
"É bom ter os Estados competindo. Quando um fica melhor, o outro também fica. É como no futebol: para que você seja bom, tem que jogar com bons adversários", afirmou em entrevista à Folha.
Prescott veio ao país participar da 3ª Conferência Global sobre Ciclos Econômicos, na Escola Brasileira de Economia e Finanças da FGV (EPGE/FGV), no Rio.
Segundo ele, um dos problemas do país é a forte concentração dos polos econômicos, como em São Paulo.
O economista cita ainda outros problemas do país, como a alta carga tributária e a necessidade de fazer reformas, o que estimularia novos investimentos.
DESAFIO
O Prêmio Nobel diz que o Brasil tem potencial para estar entre os principais países industrializados, por ter recursos naturais, terras produtivas e petróleo.
"O desafio é de se tornar uma grande potência. Com o tempo vai acontecer, mas a questão é quanto tempo vai levar."
Ele destaca que o país está se tornando cada vez mais aberto no cenário econômico global. E ressaltou o fato de o Brasil ter ampliado o número de multinacionais com papel relevante internacionalmente, como a Vale. "O país precisa mais disso."
Sobre a eleição do brasileiro Roberto Azevêdo ao comando da OMC (Organização Mundial do Comércio), anunciada na terça-feira, ele acredita que o país ganhará relevância internacionalmente.
"A nomeação vai potencializar o comércio internacional brasileiro, ao mesmo tempo em que será produtivo para a organização. Temos muito a aprender com o Brasil."
O economista destaca o papel relevante da OMC no respeito aos direitos de propriedade pela China, desde que o país ingressou no órgão.
"Eles [China] não querem ficar isolados comercialmente, por isso estão mais atentos a esses direitos."