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País ainda sofre efeitos da crise, diz executivo

Para presidente da Vale, é ingenuidade achar que problemas globais não afetam Brasil

LUCAS VETTORAZZO DO RIO

O presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse ontem que é "ingenuidade achar que temos um cenário benigno no Brasil" diante da crise econômica internacional.

Ao contrário do que diz o governo (acionista da Vale por meio do BNDES), o executivo acredita que a crise global iniciada em 2008 não passou e que o país sofre ainda com seus efeitos.

O executivo disse ter encontrado cenários "duros" em diversos dos países por ele visitados.

"Os EUA têm US$ 16 trilhões de dívida. É um processo de desalavancagem [redução de endividamento] muito doloroso. Sabemos também do tamanho da crise da Europa, que vai e volta e é capaz de trazer instabilidade aos mercados financeiros."

A fala de Ferreira destoa do discurso da equipe econômica do governo federal, de que o país estaria blindado contra turbulências externas.

"Achar que vamos ter um cenário benigno para o Brasil e desacompanhado do resto do mundo pode ser um pouco de ingenuidade na minha visão", afirmou.

Ferreira lembrou que a economia global cresceu cerca de 3% no ano passado. Em sua avaliação, não é preciso fazer "contas mais elaboradas" para se concluir que existe um processo mundial de recessão e que alguns países estão passando por "ajustes complicadíssimos".

"Eu fui eleito presidente da Vale no ano passado, mas na realidade eu tenho sido mais um piloto de avião. No ano passado, estive em 161 viagens ao exterior e posso dizer que o ambiente que eu encontro mundo afora é muito duro. Acho que a crise que não acabou", afirmou Ferreira.

Diante da crise externa e de uma demanda mundial deprimida por minério de ferro, o lucro da Vale teve queda de 7,5% no primeiro trimestre (R$ 6,2 bilhões).

ARGENTINA

Sobre o desistência do projeto de uma mina de potássio na Argentina, ele disse que a empresa ainda não tem um "plano B" para o segmento de fertilizante --cujo mineral é um dos principais insumos.

A empresa, disse o executivo, avaliará se continuará ou no segmento até novembro, quando será definido o seu planejamento estratégico para o ano que vem.

Na gestão anterior à do atual presidente, a Vale ingressou no setor sob pressão do governo por conta da elevada necessidade de importações de fertilizantes, um entrave à expansão do agronegócio no país.


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