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Finanças é disciplina em escolas de SP

Alunos de 10 anos a 17 anos têm oficinas e aulas sobre como lidar com dinheiro e curso de matemática financeira

Mas, para especialistas, educação financeira é responsabilidade da família e o papel da escola é limitado

(DANIEL TREMEL) COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Aos 16 anos, Victoria Sampaio já aprendeu que os pequenos gastos do dia a dia fazem diferença no fim do mês.

"Quando você soma, vê que o valor é maior do que pensava", diz a aluna do 2º ano do ensino médio de uma escola particular de São Paulo. O colégio, o Pio XII, na zona sul da capital, oferece uma disciplina voltada à educação financeira aos estudantes dessa série.

No início do curso, os alunos montam uma planilha com tudo o que os pais gastam com eles. O resultado surpreende os adolescentes.

"Eu nunca tinha parado para ver o conjunto. Pensava mais no meu lazer, no celular, mas não no dentista, no convênio", Victor Miyano, 16.

A professora Ana Maria Andolfato diz que, após alguns meses, vários alunos reduzem os gastos. "O curso serve para os alunos observarem que têm uma importância na casa deles. Eles vivem em um mundo extremamente consumista, precisam perceber o quanto gastam e o quanto podem gastar."

As aulas incluem noções de economia brasileira e de matemática aplicada. Com o tempo, alguns alunos acabam se interessando por experimentar investimentos.

Na Escola Internacional de Alphaville, os estudantes do 6º ao 8º anos do ensino fundamental têm um curso de educação financeira durante o 2º semestre. O objetivo, segundo a professora Sheila Benitti, é que os alunos tenham uma relação saudável com o dinheiro na vida adulta.

"São três princípios básicos: não gastar mais do que ganha, sempre poupar ao menos 10% e ter objetivos divididos em curto, médio e longo prazos", diz.

Para os mais novos, Benitti diz que evita abordagens técnicas e procura fazer uma conscientização sobre o dinheiro. "Falo bastante da diferença entre querer e precisar e sobre não comprar apenas porque vê e gosta."

Nos anos seguintes, são introduzidos cálculos e os alunos aprendem a planejar despesas. "Muitos têm vontade de estudar no exterior. Eles fazem uma projeção com a família de quanto custaria e, com uma calculadora financeira, simulam o quanto precisam poupar."

O colégio FraNSCarmo, na zona leste de São Paulo, desenvolve um projeto com alunos do 4º e 5º anos do ensino fundamental para tratar do consumo consciente e do valor dos produtos.

A coordenadora de educação infantil e fundamental Rose Marie Martiniak Closs diz que o objetivo é abordar a diferença entre o desejo e a necessidade. "As crianças têm pouco contato com o dinheiro. Não sabem o que é barato nem o que é caro."

OBJETOS USADOS

No 4º ano, os alunos fazem uma feira em que negociam usados. O dinheiro é de mentira, mas eles realmente levam o que "compram". No 5º ano, discutem cesta básica e vão ao mercado com uma quantia para fazer compras. O projeto começou no ano passado e deve ser ampliado.


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