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Nova medida tenta conter a alta do dólar

Ministro da Fazenda retira imposto sobre transações com a moeda americana no mercado futuro, os derivativos

Aumento persistente na cotação fez Mantega adotar medida que, segundo ele, torna o câmbio muito volátil

MARIANA SCHREIBER GUSTAVO PATU DE BRASÍLIA ANDERSON FIGO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Depois que o dólar fechou o dia na maior cotação em quatro anos, o governo anunciou uma medida, negada até então pelo ministro Guido Mantega (Fazenda), para elevar a oferta da divisa.

Foi eliminada a cobrança de 1% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre as transações de venda da moeda americana no mercado futuro, operações conhecidas como derivativos. Antes do anúncio, a moeda subiu 0,36%, para R$ 2,149.

A taxação havia sido definida em julho de 2011, quando a equipe econômica enfrentava um desafio oposto: uma desvalorização do dólar prejudicial à indústria e às exportações brasileiras, puxada pela fragilidade dos EUA.

"O cenário mudou", disse Mantega, que na segunda-feira havia descartado alterar a cobrança em declaração à Folha. "Não posso antecipar uma medida que mexe com o mercado", foi a explicação.

Com a perspectiva de recuperação dos EUA, a nova tendência mundial de alta do dólar apanhou o Brasil às voltas com uma inflação que chegou a 6,5% nos últimos 12 meses, o limite máximo autorizado pela política monetária.

A desvalorização do real encarece os produtos importados e pode forçar o Banco Central a elevar ainda mais os juros para conter os preços, o que ajuda a entender a eliminação do IOF.

Mantega, no entanto, negou que o governo busque uma redução imediata das cotações. "As medidas que estamos tomando não têm objetivo de curto prazo."

Analistas e operadores do mercado financeiro esperavam que o governo tomasse essa medida, já que não vinham sendo suficientes as intervenções do Banco Central, que vendeu dólares nos momentos de alta.

Na semana passada, o governo já havia retirado os 6% de IOF sobre investimentos estrangeiros em renda fixa e estudava facilitar a oferta de dólares por parte dos bancos. "Mantega estava ficando sem cartas na manga", diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, considera que será difícil avaliar no curto prazo a eficácia do corte do IOF em razão da instabilidade dos mercados internacionais, que influencia a dólar e Bolsa no Brasil (ontem, o principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, recuou 1,18%).

Rodolfo Amstalden, sócio da Empiricus Research, não vê um movimento forte de desvalorização do dólar nos próximos dias. Segundo ele, outras forças têm mais poder para abalar a força da moeda americana, como as dúvidas sobre a permanência das medidas de estímulo econômico nos EUA e elementos internos ao Brasil, como o PIB fraco. "Há mais espaço para valorização do dólar. Está difícil saber até onde vai."


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