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Ajuste fiscal abrupto pode limitar crescimento nos EUA, alerta FMI

Fundo também vê riscos em possível alta repentina nos juros

DE SÃO PAULO

Os cortes feitos pelo governo dos EUA em seu Orçamento foram mal concebidos e podem limitar o crescimento da maior economia do mundo em meio a uma retomada já morna, avaliou o Fundo Monetário Internacional em relatório lançado ontem.

Segundo o FMI, a natureza da recuperação nos EUA começa a mudar, e os fundamentos econômicos do país --sobretudo o mercado de trabalho, o setor imobiliário e a receita de grandes empresas-- se mostram mais sólidos.

A entidade, porém, cita riscos e vulnerabilidades ao crescimento em seu relatório anual sobre a economia americana, feito a partir de consultas a autoridades do setor público e do privado.

A previsão de avanço do PIB dos EUA para este ano é de 1,9% --abaixo dos 2,2% de 2012, diz o FMI, listando riscos em duas frentes.

A primeira são os cortes abruptos realizados pelo governo a partir de janeiro a fim de conter o crescente deficit fiscal, após governo e oposição no Congresso fracassarem em desenhar um pacote fiscal difuso e gradual.

"Não só os cortes pesaram sobre o crescimento no curto prazo como as reduções indiscriminadas de verba para educação, ciência e infraestrutura podem reduzir o potencial de crescimento no médio prazo", diz o texto.

O fundo também vê problemas na elevação de impostos defendidas pelo governo de Barack Obama (os cortes eram bandeira da oposição).

Recomenda, por fim, que os ajustes automáticos conhecidos como "sequestro" sejam revertidos em favor de medidas fiscais graduais.

FED

A segunda frente de risco são eventuais erros na condução da política monetária, como o prolongamento exagerado da política de juros perto de zero ou uma alta repentina mal comunicada ao mercado, que poderia suscitar reações extremadas.

A segunda observação serve de alerta ao Federal Reserve (banco central dos EUA), que no mês passado levantou a hipótese de começar já neste ano a redução do programa de recomprar de títulos da dívida que visa a estimular a economia.

O presidente da instituição, Ben Bernanke, depois recuou e afirmou ainda não ver espaço para tais mudanças.

As reverberações nesse caso, advertiu o Fundo, extrapolariam os EUA e contagiariam os mercados globais.

Outros riscos citados são o ambiente externo desfavorável, com a desaceleração das economias emergentes, e o alto desemprego estrutural --a melhora tem sido lenta, e o patamar atual (7,6%) continua acima dos 5% pré-crise.


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