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Brasil perde 8 posições em ranking de competitividade
País caiu do 48º para o 56º lugar dentre 148 nações; houve piora em 11 dos 12 critérios avaliados na pesquisa
O pessimismo com a economia brasileira e a piora em alguns indicadores, como o desempenho das contas públicas, levaram o Brasil a perder oito posições no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) deste ano.
Entre 2012 e 2013, o país caiu da 48ª para a 56ª posição--entre 148 nações.
México, Costa Rica e África do Sul, que tinham nota inferior à brasileira um ano antes, são exemplos de países que passaram à frente.
O índice mescla dados estatísticos, como expectativa de vida, matrículas do ensino básico e inflação, com a opinião de 2.000 executivos do país sobre problemas que emperram os negócios.
São 12 os tópicos analisados, como infraestrutura e sofisticação dos negócios. Em 11 deles, o Brasil perdeu pontos. Só manteve o nono lugar (entre os 148 países) no item tamanho de mercado.
Responsável por analisar o Brasil, Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, diz que o país perdeu pontos tanto nos dados estatísticas quanto na percepção dos executivos.
"A estatística é olhar o passado, e a entrevista é saber o que pensam os que tomam decisões futuras", diz Arruda. "A percepção é que as coisas não estão tão ruins, mas poderiam estar melhores."
Os dados representam dois terços da nota e pesaram principalmente na avaliação da gestão econômica do país (que caiu de 62ª para 75ª).
O índice captou os efeitos do aumento da dívida bruta do governo e do encolhimento da poupança doméstica.
Os itens em que o Brasil mais perdeu, porém, são eficiência do mercado de trabalho (de 69º para 92º) e eficiência do mercado de bens (de 104º para 123º). Neles, a opinião dos executivos representa de 80% a 70% da nota.
Arruda afirma que a percepção é que o Brasil não fez reformas durante a bonança, como flexibilizações no mercado de trabalho, e agora isso é mais difícil. Além disso, observa que o país tem avaliação negativa em itens relacionados à burocracia, como procedimentos aduaneiros.
Parte da piora, porém, se deve a uma mudança na metodologia da pesquisa, que passou a computar a carga tributária sobre a folha de pagamentos. Nesse item, o Brasil já entrou mal avaliado, apesar das desonerações.
Arruda, contudo, minimiza a ação do governo. "Medidas como essa são tidas como paliativas", diz.
A Fazenda informou que o ministro viajou à Rússia, para o encontro do G20, e não poderia comentar o índice.