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Dólar inverte tendência e volta a R$ 2,29

Notícias de que economia americana tem recuperação mais lenta ajudaram o real a se valorizar na semana

Moeda brasileira foi a que mais subiu em relação à americana entre 24 países emergentes

MARIANA CARNEIRO ANDERSON FIGO DE SÃO PAULO

O real foi a moeda que mais se valorizou em relação ao dólar na última semana, entre um grupo de divisas de 24 países emergentes.

Isso sugere que, pelo menos nos últimos cinco dias, os demais países foram mais castigados pelos investidores do que o Brasil nesse momento de mexida global.

O dólar à vista voltou ontem aos R$ 2,29 no mercado doméstico, o que não se via desde 12 de agosto. O comercial, usado em operações de comércio exterior, foi a R$ 2,304. É um cenário bem diferente do de duas semanas atrás, quando a cotação havia passado dos R$ 2,40 e o pessimismo era o tom do mercado financeiro.

Desde que o Fed (banco central dos EUA) anunciou que retiraria os estímulos dados para recuperar a economia americana, o real passou por uma forte perda de valor. Foi a moeda que mais perdeu, entre os 24 emergentes, até o início das intervenções diárias do Banco Central no mercado, no fim de agosto.

O movimento virou e, desde então, é a que mais se valorizou (+5,8%).

Ontem, as notícias sobre o mercado de trabalho nos EUA, mostrando recuperação lenta, ajudaram a valorizar as moedas de emergentes.

No Brasil, o dólar à vista caiu 1,6% --mais uma vez, o país ficou na dianteira entre os países emergentes cuja moeda mais se valorizou.

Na última semana, circulou entre operadores a hipótese de que a queda pode ter sido provocada por operações "chapa branca", isto é, de estatais internalizando recursos do exterior. A entrada de dólares no país faz baixar a cotação da moeda.

Para Natan Blanche, sócio da consultoria Tendências, se o rumor for verdadeiro, não há nada demais. "Isso já foi usado pelos governos noutras ocasiões, em outras crises", diz. "Mas seria melhor que o movimento fosse explícito, que o Banco Central passasse a atuar também no mercado à vista. Dado o nível de reservas, ele impõe respeito".

Desde 23 de agosto, o BC vem fazendo operações diárias no mercado futuro, equivalentes à venda de dólar. O diagnóstico é que não há escassez de dólar vivo e, sim, há uma piora de expectativas.

Para Blanche, há fundamentos que explicam a desvalorização do real. A principal delas é que as dívidas em dólar aumentaram 189% entre janeiro e julho, ante o mesmo período do ano passado.

Com o cenário externo adverso, as empresas precisaram quitar parte desse passivo, comprando dólares.

EXAGERO

Entre operadores, a opinião é que houve exagero.

"Os agentes perceberam que se armaram demais contra a alta", diz Fernando Bergallo, da TOV Corretora.

Segundo ele, os bancos estão mudando de posição e passaram a apostar que a moeda americana deve cair.

"Falava-se em dólar a R$ 2,70 no fim do ano, mas R$ 2,50 já estaria supervalorizado, exagero. Agora a moeda está encontrando seu patamar de equilíbrio", disse ele.

Até a reunião decisiva do Fed, em que se será abordada a continuidade ou não dos estímulos à economia, a cotação deve seguir volátil, dizem economistas.

"Se analisarmos os fundamentos, o dólar deve ficar entre R$ 2,20 e R$ 2,30. Não deve voltar a superar R$ 2,40", diz Tarcisio Rodrigues, do Banco Paulista.


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