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MP que destrava o crédito para veículos pode reanimar vendas

Novas regras para leasing, embutidas em texto sobre armazenagem, tiram custos dos bancos

Montadoras e governo esperam que nova medida reative mercado interno, reduzido com queda no financiamento

GABRIEL BALDOCCHI DE SÃO PAULO

Montadoras e governo trabalham para conseguir destravar o crédito para veículos ainda em 2013 e, assim, salvar as vendas internas.

Enquanto as exportações de veículos sobem 31,6% no ano e ajudam a sustentar a produção em nível recorde, as vendas internas desaceleram e levantam a ameaça de que o setor possa ter o primeiro ano negativo desde 2003.

O projeto para irrigar o crédito é reativar as operações de leasing, também chamado de arrendamento mercantil, uma operação que, de forma simplificada, é um aluguel com opção de compra.

O proprietário (arrendador ou empresa de arrendamento) de um carro ou imóvel cede a um consumidor (arrendatário) o uso desse bem por prazo determinado e recebe em troca uma prestação.

As restrições de crédito ao consumidor, impostas por causa da alta inadimplência, são, na avaliação de montadoras e governo, o maior limitador do mercado de veículos neste momento.

A modalidade já correspondeu a 38% das operações de crédito para veículos em seu auge, em 2008, mas, por causa de insegurança jurídica, caíram para apenas 2%, segundo a Anfavea (associação das montadoras).

O problema foi que as instituições financeiras eram cobradas por multas e impostos de responsabilidade dos motoristas. Uma medida provisória aprovada pelo Senado nesta semana tenta corrigir a distorção ao explicitar a responsabilidade do comprador sobre infrações e encargos.

A MP trata originalmente da ampliação da capacidade de armazenagem de grãos, mas traz um artigo sobre o tema de arrendamento.

O texto ainda precisa ser sancionado pela Presidência. A Anfavea espera que isso ocorra em breve e prevê uma atuação mais ativa dos bancos com a modalidade já a partir de outubro.

Segundo a associação, a restrição de crédito foi a principal responsável pelo desempenho abaixo do esperado nas vendas de setembro. No acumulado deste ano, a retração já chega a 0,3%.

Neste ano, o crédito para veículos é o que apresenta o menor crescimento entre as principais linhas para pessoa física. O estoque da modalidade cresce 0,4%, percentual bem abaixo do registrado nos anos de euforia, quando chegou a avançar até 50%.

Segundo o analista da LCA, Wemerson França, o crédito para veículos só deve voltar a níveis considerados próximos do normal em 2015.

"Acho pouco provável a mudança de postura ao longo do ano. Até porque, no ano que vem, vai estar no meio do aperto da política monetária --aumento da taxa de juros".


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