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Com Bolsa em baixa, cresce aluguel de ação

Modalidade permite lucro a quem aposta na queda dos papéis; interesse é maior entre fundos de investimento

Investidor que oferecer ações para alugar pode ter ganho fixo, independentemente do mercado

ANDERSON FIGO DE SÃO PAULO

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, acumula queda de 13,3% em 2013. O dado pode parecer ruim para muitos, mas é cada vez maior o número de gestores que têm ganhado com essa desvalorização.

Levantamento da consultoria Economatica aponta que o saldo da posição vendida --quando há aposta na desvalorização de uma ação-- dos fundos somava R$ 24,3 bilhões em agosto, dado mais recente disponível.

O valor é 37% maior que o registrado em agosto de 2012, 18% superior ao do mesmo mês de 2011 e mais que o dobro do de agosto de 2010.

Em 2013, 16 dos 20 maiores fundos de investimento do mercado que apostam na queda de ações registram ganhos nas carteiras.

Esses gestores fazem dinheiro alugando ações em baixa de outros investidores.

É uma espécie de empréstimo no qual quem aluga ganha com a queda dos papéis.

Funciona assim: o dono das ações comunica a intenção de fazer a operação à corretora, que oferece os papéis e realiza um "casamento" com quem está interessado em alugá-los --o tomador.

Esse, por sua vez, aposta na baixa dos papéis, porque, assim que os aluga, vende essas ações no mercado à vista com o objetivo de recomprá-las a um preço menor no futuro e devolvê-las ao dono, lucrando com a diferença de preços.

O proprietário dos papéis recebe uma taxa de retorno anual pré-estabelecida.

Durante o período em que os papéis estão alugados, o proprietário continua ganhando os dividendos --parte do lucro das empresas distribuída aos acionistas--, embora perca o direito a voto em assembleias da empresa (no caso de ações ordinárias).

A vantagem do proprietário é conseguir lucrar, a despeito da queda do papel, sem se desfazer da ação.

"O aluguel de ações tem crescido no Brasil e deve manter essa tendência", diz Amerson Magalhães, da Easynvest Título Corretora.

Segundo a BM&FBovespa, foram registradas no mês passado 141.418 operações de aluguel, movimentando R$ 81,24 bilhões. Um ano antes, foram 97.899 transações, girando R$ 59,52 bilhões.

INVESTIDORES

Analistas recomendam que o investidor com interesse em alugar seus papéis tenha em mente o retorno no médio e no longo prazos (de três a cinco anos). Não deve, portanto, ter intenção de vender as ações --que poderão estar alugadas-- no curto prazo. Para aumentar a segurança do investidor que está oferecendo os papéis, o tomador precisa depositar garantias na BM&FBovespa.

"O percentual da garantia varia de acordo com cada ação. É possível dar como garantia diversos ativos, como títulos públicos e outras ações", diz o planejador financeiro Erasmo Vieira.

Quem toma uma ação como empréstimo precisa acompanhar mais de perto o mercado para poder ganhar com a operação.

"Só assim o tomador vai saber quando há perspectiva de que uma ação se desvalorize", avalia Vieira. "Mas tomar ações em empréstimo é uma operação de alto risco. Por isso a maior parte dos tomadores são fundos e instituições financeiras."


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