Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Inflação tem alta de 0,35% em setembro; analistas veem piora

Expectativa é que dólar e aumento esperado da gasolina deixem taxa anual perto de teto da meta oficial, de 6,5%

IPCA acumulado em 12 meses é 5,86%, menor índice do ano; preços controlados por governo são âncora

PEDRO SOARES DO RIO

Após trégua de três meses, a inflação subiu em setembro e deixou em alerta a equipe econômica do governo, que tende a manter sua política de elevar juros para combater a elevação dos preços.

Vista como ameaça à popularidade da presidente Dilma Rousseff, a inflação pelo IPCA (oficial) subiu 0,35% em setembro, no topo das previsões de analistas, após avançar 0,24% em agosto.

O índice foi impulsionado por reajustes de itens dos grupos alimentação, puxados pela alta do dólar, e transportes, com as passagens aéreas.

Apesar de o acumulado em 12 meses marcar a menor taxa do ano (5,86%), especialistas preveem pressão nos próximos meses, com altas maiores de alimentos, transportes, vestuário e serviços.

Projetam uma inflação em torno de 6% em 2013, mas não descartam a possibilidade de o IPCA bater no teto da meta do governo (6,5%) se vier um novo choque de preços ou se o dólar voltar a subir com força.

Diante disso, o mercado já estima que os juros cheguem a até 10% neste ano, a fim de conter o consumo e os preços. Ontem, o Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou a taxa referencial do mercado, a Selic, para 9,5%.

Com a piora do cenário inflacionário, analistas que previam um reajuste da gasolina neste mês já esperam uma postergação para novembro ou dezembro --isso se a inflação estiver dentro da meta.

Elson Teles, do Itaú, crê no cumprimento da meta, mas vê um patamar de inflação "mais elevado no último trimestre" em razão do câmbio, de uma nova rodada de reajustes de alimentos e de um provável aumento da gasolina. O banco prevê que o IPCA fique em 5,9% neste ano.

Segundo o economista, o objetivo do governo ao subir juros é segurar também a inflação de 2014 --ano eleitoral. Ainda assim, ele prevê a taxa próxima à de 2013, 6%.

PREÇOS ADMINISTRADOS

Teles diz que os preços administrados e controlados pelo governo foram a âncora da inflação e que a política de aumento de juros não mostrou ainda efeito evidente.

Um dos motivos do recuo até agosto do IPCA nada tem a ver com juros maiores e consumo contido. Trata-se da retirada do reajuste de ônibus na maioria das capitais, após os protestos de junho. Neste ano, o desconto das tarifas de energia também ajudou.

O economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, diz, em relatório, que o IPCA veio um "pouco acima" da sua previsão e que alimentos e vestuário se manterão em alta nos próximos meses.

Barros vê ainda mais repasses ao consumidor, até o fim do ano, da alta do dólar.

Para Eulina Nunes dos Santos, coordenadora do IBGE, "é claro, desde agosto, o impacto do câmbio sobre alguns preços". Ela cita o pão e as passagens aéreas (o câmbio encarece o combustível). Foram os dois itens de maior peso no IPCA de setembro.

Com o dólar e a possível alta da gasolina, consultorias estimam o IPCA na faixa de 0,60% em outubro.

Beneficiados pela safra recorde de cana e a produção de etanol, os preços da gasolina (misturada em 25% ao biocombustível) e do álcool caíram em setembro, o que abre espaço para o reajuste.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página