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Pré-sal em leilão

Leilão não foi privatização, diz Dilma

Na TV, presidente afirma que Libra renderá R$ 1 trilhão ao país e que 85% do obtido com o campo ficará no Brasil

Para opositores, evento tinha motivo eleitoral e mostrou descrédito dos investidores internacionais

DE BRASÍLIA DE SÃO PAULO

Em pronunciamento ontem à noite, a presidente Dilma Rousseff negou que o leilão do campo de Libra seja "privatização" e comemorou o fato de que ele vai render "o fabuloso montante de mais de R$ 1 trilhão" ao Estado brasileiro durante a exploração.

Em cadeia de rádio e TV, Dilma afirmou que 85% de toda a renda de Libra vai pertencer ao Estado brasileiro e à Petrobras. "Isto é bem diferente de privatização."

Acrescentou que as empresas privadas integrantes do consórcio (Shell e Total) também serão beneficiadas com "lucros significativos, compatíveis com o risco assumido e com os investimentos que estarão realizando".

A presidente rebateu críticas de que seu governo quebra contratos e é intervencionista, o que teria prejudicado o leilão. "O Brasil é --e continuará sendo-- um país aberto ao investimento, nacional ou estrangeiro, que respeita contratos e que preserva sua soberania."

Logo no início do pronunciamento, Dilma buscou fugir do tom de frustração em relação ao resultado da disputa e disse que o "Brasil deu um grande passo".

No final do pronunciamento, de cerca de dez minutos, ela afirmou ainda que "a batida do martelo do leilão de libra foi também a batida à porta de um grande futuro que se abre para nós, nossos filhos e nossos netos".

A presidente destacou que nos 35 anos de exploração o novo campo de petróleo vai render R$ 270 bilhões em royalties, R$ 736 bilhões em excedente de óleo sob o regime de partilha e mais R$ 15 bilhões de bônus.

"Isso alcança um fabuloso montante de mais de R$ 1 trilhão. Repito: mais de R$ 1 trilhão", afirmou, acrescentando que "grande parte destes recursos será aplicada em educação e saúde".

Dilma não foi ao leilão, como havia planejado quando o cenário era mais favorável, mas acompanhou a disputa em troca de telefonemas com os ministros Edison Lobão (Minas e Energia) e José Eduardo Cardozo (Justiça).

Em São Paulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o pré-sal produzirá excedentes para exportação.

OPOSIÇÃO

Os oposicionistas, por seu lado, afirmaram que o campo se tornou um "negócio" para o Planalto de olho na reeleição da presidente Dilma Rousseff e que há descrédito dos investidores.

Presidenciável, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) declarou que o leilão trouxe o reconhecimento do governo, "ainda que tardio e envergonhado, da importância do investimento privado para o desenvolvimento do país".

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) disse que a gestão Dilma é "neoliberal", e não progressista, como alardeado na campanha da presidente.


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