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BB poderá ter até 30% de capital estrangeiro
Objetivo é permitir que o banco eleve participação no Ibovespa
Mudança também permite ao banco captar recursos com a venda de ações nas bolsas globais
O Banco do Brasil recebeu autorização ontem da presidente Dilma Rousseff para aumentar de 20% para 30% a participação estrangeira no seu capital.
O argumento para a mudança neste momento é adequar os papéis do banco à metodologia do Ibovespa, principal termômetro dos negócios com ações no país, que passará a computar o valor de mercado das empresas a partir do ano que vem.
Com isso, o BB deve ampliar sua participação no índice, que hoje é de 2,8%. Simulações do mercado indicam que o BB poderá ter perto de 4% do novo Ibovespa.
Por outro lado, a mudança também permite ao banco captar, no futuro, recursos com a venda de ações aos investidores do globais.
Neste momento, o BB não precisa de mais capital para manter o ritmo acelerado de expansão do crédito, que cresce acima de 20% ao ano.
Ele adquiriu folga após obter R$ 11,5 bilhões em maio vendendo papéis da BB Seguridade, seu braço de seguros.
Segundo Ivan Monteiro, vice-presidente de finanças, a participação estrangeira já está em 19,97%, próxima do teto atual. Ele afirmou que a estratégia é tentar aumentar as negociações dos papéis para elevar o valor de mercado, ontem de R$ 81,4 bilhões.
"Não há, neste momento, nenhuma discussão sobre capitalização do BB", afirmou.
"O aumento da participação estrangeira eleva os negócios com os papéis, valoriza as ações e aumenta o valor de mercado do banco."
A última vez que o BB foi ao mercado para vender suas próprias ações foi em julho de 2010, quando o banco obteve R$ 9,76 bilhões.
BANCOS PÚBLICOS
A autorização ocorre no momento em que o governo rediscute a atuação dos bancos públicos, com o objetivo de reduzir os sucessivos aportes do Tesouro Nacional.
Diferentemente do BNDES e da Caixa Econômica Federal, que têm capital fechado, o BB pode levantar recursos vendendo ações e admitindo novos sócios.
O percentual de ações do banco em circulação é de 30,2%. Por isso, Monteiro avalia que os estrangeiros não têm como passar do limite de 30% no capital do BB. Os outros quase 70% das ações do banco são detidas por governo, Tesouro e Previ, fundo de pensão dos funcionários do banco.
Ontem, as ações do banco tiveram valorização de 1,9% na BM&FBovespa.