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Investidor poderá ter até 15% de estatal chinesa, diz jornal
Participação visaria elevar eficiência de companhias criticadas por mau serviço
Discussões acontecem em meio a reunião do Partido Comunista para definir plano para 2ª maior economia global
A China permitirá que investidores privados adquiram até 15% de participação em empresas estatais, segundo o jornal estatal "China Daily".
"Investidores privados podem criar empresas privadas para garantir de 10% a 15% de uma companhia estatal", afirmou Bai Yingzi, diretor da Sasac, entidade encarregada pela administração de mais de cem das principais empresas estatais chinesas.
O jornal americano "The Wall Street Journal" também afirmou que o governo estuda autorizar investidores privados a adquirir fatias maiores de estatais.
A informação foi negada posteriormente pelo órgão. O diretor do departamento de notícias da Sasac, Zhang Jinting, afirmou ao jornal "South China Morning Post" que Bai não falou sobre mudanças de política nas estatais.
As discussões sobre a maior participação privada em empresas controladas pelo Estado acontecem em meio a reunião do Partido Comunista sobre reformas do país, iniciada na semana passada e que se encerra hoje.
Líderes chineses estão reunidos em Pequim para estabelecer um plano para a segunda maior economia global (atrás dos EUA) para os próximos dez anos.
As decisões das lideranças devem ser conhecidas já hoje, quando, pela tradição, um comunicado será divulgado. No entanto, ele deve conter apenas linhas gerais para os planos, que devem ser detalhados pelas lideranças ao longo dos próximos meses.
O governo sinaliza que as reformas serão "sem precedentes", priorizando a inovação e as forças de mercado, em lugar do investimento e das exportações, dois dos principais motores econômicos nos últimos anos.
A interpretação é que o modelo atual de crescimento está esgotado e que o país precisa evitar a estagnação. O crescimento do PIB neste ano deve ficar em torno de 7,5% --na década passada, ele superou muitas vezes 10%.
Caso confirmada, a mudança na participação acionária das empresas estatais poderia significar maior poder de decisão na mão dos investidores e a possibilidade de aumentar a eficiência de companhias que são frequentemente criticadas pela má qualidade dos serviços.
Investidores privados atualmente podem comprar ações de grandes estatais listadas em Bolsas de Valores da China, mas essa participação geralmente é pequena.
Uma fatia de 15% aumenta a chance de que eles possam ter uma cadeira no conselho da companhia, o que lhes daria maior voz nas discussões sobre os rumos da empresa estatal.
As empresas estatais dominam diversos setores da economia chinesa (como telecomunicações e energia).