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Juro ao consumidor fica estável e calote cai
Taxa para de subir em outubro após seis meses, mas Anefac espera mais repasses, após novo aumento na Selic
Para economistas, encarecimento do crédito reduz consumo e ajuda a explicar queda na inadimplência
Depois de seis altas mensais seguidas, a taxa média de juros ao consumidor ficou praticamente estável em novembro, com alta de 0,01 ponto percentual em relação à registrada em outubro.
O valor ficou em 5,57% ao mês em novembro, ou 91,64% ao ano --mais de nove vezes o juro básico do país, a taxa Selic (hoje em 10% ao ano), e ainda o mais alto desde o mesmo mês de 2012.
Os dados são da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
Das 6 modalidades de crédito avaliadas, 3 tiveram aumento de juros: prestações do comércio (de 4,19% ao mês para 4,20% ao mês), empréstimo pessoal concedido por bancos (de 3,16% para 3,18%) e o mesmo tipo de empréstimo concedido por financeiras (de 7,09% para 7,10%).
A estabilidade da taxa média em novembro se explica porque o mais recente aumento do juro básico ocorreu no fim de novembro (dia 27) e não houve tempo hábil para repasse às linhas de crédito, diz Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor da Anefac.
"Mas esperamos alta desses juros em dezembro", diz Oliveira, que também acredita que, para conter a inflação, o Banco Central deva subir novamente a Selic em janeiro.
CALOTES
O ciclo de aumento da Selic, que encarece o crédito tanto em instituições financeiras quanto no comércio, contribuiu para que a taxa de pessoas com dívidas em atraso de mais de 90 dias tivesse, em novembro, queda recorde em relação ao desempenho de 12 meses antes, segundo o cadastro de inadimplentes do SPC Brasil: 3,22%.
Para economistas do SPC e de outras instituições, o encarecimento do crédito já começa a reduzir o consumo, com reflexo também no número de inadimplentes, e, ao mesmo tempo, bancos têm ficado mais criteriosos na concessão de empréstimos, o que ameniza o risco de calote.