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Brasil fecha oferta sobre automóveis que fará à Europa

Mercado é importante para europeus e crucial na barganha brasileira pela abertura para agricultura

Na oferta, tarifas de importação só serão eliminadas em 15 anos; nos 8 iniciais, bloco terá cota de 35 mil veículos

RAQUEL LANDIM DE SÃO PAULO

O Brasil vai propor à União Europeia que a tarifa de importação para automóveis só seja eliminada dentro de 15 anos. É o prazo mais longo entre os previstos na oferta brasileira de abertura de mercado, para a negociação de um acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a UE.

A oferta do Brasil prevê um período de carência de oito anos em que a alíquota de importação de 35% ficará inalterada. A tarifa começa a cair a partir do nono ano, chegando a zero no fim de 15 anos.

Enquanto durar a carência, o Brasil vai oferecer uma cota de 35 mil automóveis que serão importados sem pagar tarifa. Hoje, todos os carros importados da Europa pagam 35% de imposto.

O volume isento, no entanto, é pequeno comparado aos 542 mil carros importados pelo Brasil em 2012 de diferentes origens com tarifa zero.

As condições da oferta brasileira foram acertadas entre o governo Dilma e as montadoras e são muito similares às da última proposta entregue aos europeus, em 2005.

Segundo a Folha apurou, a estratégia do Brasil é apresentar apenas o prazo de 15 anos na primeira rodada de negociação com a UE. As demais "cartas" só serão colocadas na mesa ao longo do processo e podem mudar.

ISOLAMENTO

O acordo de livre-comércio com a Europa se tornou prioridade para o governo Dilma. Os empresários temem que o Brasil seja isolado pelos grandes blocos comerciais em negociação pelos Estados Unidos com Europa e Ásia.

Mercosul e UE tentam retomar as negociações iniciadas em 2001. Os dois blocos tinham se comprometido a fazer a primeira troca de ofertas neste mês, mas os europeus adiaram para janeiro.

O setor automotivo é um dos mais sensíveis do acordo com a Europa e deve ser alvo de barganha para que o Brasil consiga mais abertura para produtos agrícolas.

Com a economia estagnada, os europeus querem elevar suas exportações de carros para o Brasil, que somaram apenas 48 mil unidades no ano passado.

Já as montadoras instaladas no Brasil temem a alta competitividade das fábricas da Alemanha e até da Turquia, que deve se integrar à UE nos próximos anos.

Outros dois pontos importantes da oferta brasileira: caminhões devem ficar de fora, mantendo suas tarifas de importação, e um carro só será considerado europeu se 60% de suas peças forem fabricadas na Europa.

ARGENTINA

Como a negociação é entre UE e Mercosul, o ideal é que Brasil e Argentina cheguem a uma oferta única. A proposta argentina, apresentada na semana retrasada, é mais tímida que a brasileira.

Depois disso, surgiu a informação de que as montadoras na Argentina podem ser obrigadas pelo governo Kirchner a reduzir as importações em 27,5% em 2014. Fontes do governo brasileiro dizem que a medida ainda não foi confirmada.

Se não for possível fechar uma oferta do Mercosul, a tendência é que os países negociem sob o "guarda-chuva" do bloco, mas com ritmos de redução de tarifas diferentes.


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