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Corrida espacial privada

Veja os principais projetos dos empresários que pretendem conquistar o espaço

MARIANA BARBOSA ENVIADA ESPECIAL A ORLANDO (EUA)

Daqui a um ou dois anos, viajar para o espaço vai deixar de ser exclusividade de governos e astronautas.

Pelo menos uma dezena de empresas privadas investe milhões de dólares para desenvolver espaçonaves que serão capazes, entre outras missões, de levar turistas ao espaço a preços "razoáveis".

A corrida espacial privada tem entre os seus competidores bilionários do Vale do Silício, como Elon Musk (fundador do PayPal) e Jeff Bezos (Amazon), e tem sido impulsionada pela própria Nasa.

Sem orçamento para investir sozinha em programas espaciais ambiciosos, a agência especial americana canaliza recursos para empresas desenvolverem projetos de forma mais rápida e eficaz.

A empresa SpaceX, de Elon Musk, firmou contrato de US$ 1,6 bilhão com a Nasa para desenvolver uma espaçonave cargueira e realizar 12 missões não tripuladas para a estação espacial internacional (EEI). No ano passado, o cargueiro Dragon, da SpaceX, foi a primeira nave privada a se acoplar à EEI. Voltou trazendo urina de astronauta.

A SpaceX também faz lançamento de foguetes e está investindo para realizar missões comerciais para empresas de satélites de telecomunicação, entre outros.

Os planos de Musk não param por aí: seu objetivo é levar turistas a Marte. Ele quer colonizar o planeta vermelho, viabilizando a transferência de até 80 mil pessoas para lá.

SUBORBITAL

Enquanto desenvolvem tecnologias para projetos mais longínquos e ambiciosos, algumas empresas inves- tem no turismo suborbital --primeira fronteira a ser explorada pelo turismo espacial.

As primeiras viagens estão prometidas para 2014, mas a data vem sendo adiada sucessivamente e não será surpresa se os voos começarem efetivamente em 2015.

Pelo menos cinco empresas estão desenvolvendo foguetes tripuláveis para realizar voos suborbitais. Duas já começaram a faturar com a venda de bilhetes.

A Virgin Galactic, empresa do excêntrico bilionário britânico Richard Branson, já vendeu 640 bilhetes, que custam US$ 250 mil, dos quais 6 para brasileiros. Justin Bieber, Angelina Jolie e Leonardo DiCaprio já garantiram os seus.

Os voos serão a bordo da SpaceShipTwo, espaçonave cujo desenvolvimento contou com o apoio do cofundador da Microsoft Paul Allen.

A SXC (Space Expedition Corporation), parceira da XCor, fabricante do foguete Lynx, já vendeu outros 250 bilhetes, a US$ 100 mil cada um.

Algumas dezenas foram compradas por empresas para serem usadas como ação de marketing. A marca Axe, da Unilever, mandará 25 consumidores para o espaço, incluindo o brasileiro Marco Gorrasi, 25. Os consumidores foram escolhidos numa competição que atraiu mais de mil pessoas em 60 países.

"Nunca imaginei que iria viver para ver o turismo espacial se tornar realidade", disse à Folha o astronauta Buzz Aldrin, 83, o segundo homem a pousar na Lua, depois de Neil Armstrong.

"Nos próximos anos, mais gente voará para o espaço do que em toda a minha geração", diz Aldrin, que foi contratado como garoto-propaganda da campanha da Axe.

Embora partam de espaçonaves com tecnologias muito diferentes, os voos da Virgin e da SXC são similares e terão uma hora de duração, incluindo pouso e decolagem. As duas empresas levarão turistas para uma altitude de cerca de cem quilômetros. Isso representa um terço do caminho até a Estação Espacial ou dez vezes a altura de um voo comercial normal.

As espaçonaves ficarão cerca de cinco minutos no espaço, quando se poderá avistar a curvatura da Terra.

Voos suborbitais também estão nos planos da SpaceX, de Musk, e da Blue Origin, fundada por Jeff Bezos. A Blue Origin já formou dois contratos com a Nasa, num total de US$ 25,7 milhões, para desenvolver espaçonaves e veículos lançadores.

A empresa está desenvolvendo uma nave capaz de levar pelo menos três pessoas em um voo suborbital que promete ainda mais emoções: os passageiros voltarão à Terra de paraquedas.

ASTRONAUTAS PRIVADOS

Atualmente, a única forma de ir para o espaço é pegar carona em missões governamentais até a Estação Espacial, a um custo de dezenas de milhões de dólares.

Entre 2001 e 2008, a Space Adventures levou sete turistas à estação, a bordo da nave russa Soyuz. Um deles foi duas vezes. Os oito bilhetes custaram US$ 250 milhões.

Desde 2008, porém, as missões do Soyuz são ocupadas por astronautas profissionais. Voos com turistas serão retomados em 2015, quando um astronauta russo e um americano passarão um ano na EEI fazendo testes.


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