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Namoro do mercado com Graça esmorece

Presidente da Petrobras, vista como mais realista que seu antecessor, deve fechar 2013 com números pouco animadores

Estatal afirma que aumento da dívida se deve a investimentos e que, 'em breve', receita e produção vão crescer

DENISE LUNA DO RIO

Foi com surpresa, seguida de esperança, que o mercado recebeu, dois anos atrás, os sinais dados pela nova presidente da Petrobras. Ao assumir o cargo, em 2012, Graça Foster decidiu passar a limpo a gestão do seu antecessor, José Sergio Gabrielli.

Poços secos foram revelados, redução de gastos foi prometida e a aguardada paridade com os preços internacionais se tornou a principal bandeira da executiva.

Passados dois anos, o namoro com o mercado de capitais parece estar no fim. Graça vai fechar o balanço da companhia em 2013 com números nada favoráveis à sua gestão, inicialmente considerada mais realista que a de Gabrielli, mas que se mostrou insuficiente para dar retorno aos acionistas. As ações da empresa caíram 12,5% em 2013.

Nem a proximidade com a presidente Dilma salvou a empresa de continuar com os preços de combustíveis defasados ante o mercado internacional, problema apontado pelo mercado como o principal responsável pelo gradual enfraquecimento do caixa.

Para piorar, a conjuntura internacional não ajudou. Com a alta do dólar, a dívida bateu recorde histórico, mas a necessidade de continuar investindo fortemente debilitou o caixa da companhia.

Em relatório recente, a corretora XP Investimentos observa que a empresa enfrenta um grave dilema: "Quanto mais petróleo eu encontro, menos caixa terei", ironiza.

Programas de cortes de custos e de aumento de eficiência foram implantados, mas manutenção de investimentos em áreas como etanol, biodiesel, água no Nordeste e outras fora do seu negócio principal minam as iniciativas da empresa, critica Pedro Galdi, economista-chefe da SLW Corretora.

"O lado bom da Graça é que entende do setor, não vai comprar refinarias mais caras do que valem, por exemplo, mas não tem força para lutar contra a venezuelização' da Petrobras", disse Galdi em referência à estatal da Venezuela PDVSA.

A PDVSA atua em vários setores de acordo com a necessidade do governo e mantém os preços congelados.

Por e-mail, a Petrobras afirma que a dívida está crescendo devido a investimentos que "em breve" farão a produção aumentar.

"Conforme as obras são concluídas, cresce a produção e, consequentemente, a receita, revertendo a trajetória dos indicadores de endividamento e alavancagem."

DÍVIDA EM ALTA

Um dos principais índices observados pelo mercado, que mede a alavancagem (relação da dívida com a geração de caixa), dobrou na gestão de Graça. Ele passou de 1,66 vez em fevereiro de 2012 para 3,05 vezes no terceiro trimestre de 2013.

A dívida subiu de R$ 103 bilhões em fevereiro de 2012 para R$ 192,9 bilhões em outubro de 2013. Uma das maiores críticas do mercado é que a Petrobras se endividou, mas nenhuma gota a mais de petróleo foi produzida.

Ao contrário. Desde fevereiro de 2012 houve uma queda de 6,6% na produção.

"Quando vemos as projeções da empresa, percebe-se que ela [Graça] conseguiu fazer muito pouco. O ponto positivo foi menor ingerência político partidária [cargos ocupados por partidos políticos], mas a do governo permaneceu", diz o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires.

Estatal colombiana, e não Petrobras, é exemplo para Peru

folha.com/no1392178


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