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Calote do consumidor recua pela 1ª vez em 14 anos, afirma Serasa

Indicador caiu 2% em 2013; juro alto ajudou, dizem economistas

GABRIEL BALDOCCHI DANIELLE BRANT DE SÃO PAULO

Consumidores mais preocupados em pagar dívidas do que fazer compras e bancos mais rígidos na concessão de crédito ajudaram a reduzir o nível de inadimplência no ano passado.

O indicador de dívidas em atraso calculado pela Serasa Experian, empresa de informações financeiras, terminou o ano em queda de 2% --a primeira retração anual desde que a medição começou a ser realizada, em 2000.

Um ciclo de crédito farto e medidas de incentivo ao consumo após a crise de 2008 tinham contribuído para um avanço da inadimplência. Em 2012, por exemplo, houve aumento de 15% do indicador.

Para reduzir perdas com devedores, os bancos mudaram de atitude. "Ficou mais difícil obter crédito porque as garantias exigidas aumentaram", diz o economista Manuel Enriquez Garcia, presidente da Ordem dos Economistas do Brasil.

Com o crédito mais caro, os consumidores também priorizaram o pagamento das dívidas em vez de contrair empréstimos, afirma.

O SPC Brasil, que também monitora os consumidores, já havia sinalizado uma melhora no cenário de calotes. Levantamento da empresa mostrou alta de 2,3% no ano passado, ante 12,18% em 2012.

Para economistas ouvidos pela reportagem, a tendência é que o crédito fique cada vez mais caro, pois o ciclo de aumento de juros do Banco Central ainda não acabou.

"Não há muitas evidências de que a inflação possa cair abaixo de 6% de modo significativo [fechou 2013 em 5,91%]. Assim, o BC vai continuar elevando juros para conter o aumento de preços. A outra opção seria controlar o gasto público, o que não vem ocorrendo", diz Garcia.

Assim, a perspectiva é que a inadimplência se mantenha estável em 2014, diz.

Myrian Lund, planejadora financeira e professora da FGV, também acredita que os calotes continuem sob controle, mas não descarta aumento dos indicadores de inadimplência ao longo deste ano.

"Com o juro alto, as pessoas podem ter mais dificuldade em pagar os empréstimos."

Para os inadimplentes, uma orientação é trocar as dívidas de juros mais altos, como no cartão de crédito ou no cheque especial, por outras com taxas menores.


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