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Emergentes reagem para conter dólar

Aumento de juros na Índia e na Turquia dá alívio temporário ao mercado financeiro; EUA ainda afetam moedas

Dúvida sobre nova redução do estímulo econômico americano mantém cautela em relação a emergentes

CAROLINA MATOS ANDERSON FIGO DE SÃO PAULO

Com a sua moeda perto do menor nível histórico, a Turquia decidiu elevar fortemente os juros em reunião de emergência do banco central local, uma semana após deixar a taxa inalterada.

A expectativa da medida (anunciada após o fechamento do mercado) e a decisão da Índia de também subir os juros levaram alívio ontem aos mercados emergentes, castigados por três dias seguidos.

A taxa de referência indiana subiu em 0,25 ponto para 8% ao ano, e as duas principais turcas, de 4,5% ao ano para 10% ao ano e de 7,75% ao ano para 12% ao ano.

Desde que o BC anunciou anteontem a reunião de emergência, a moeda turca se valorizou em 2,8%, mas ainda acumula queda de 5% no ano.

A Turquia e a Índia (com Brasil, Indonésia e África do Sul) foram chamados, pelo banco Morgan Stanley, de os "cinco frágeis" --os países emergentes sob risco.

Apesar da melhora de ontem, o ambiente, porém, passou longe da tranquilidade. A confiança no retorno financeiro de aplicações em países como o Brasil permaneceu abalada por dúvidas quanto aos próximos passos do programa de redução dos estímulos econômicos dos EUA pelo Fed (BC do país), que finaliza reunião hoje.

Ontem, das 24 moedas emergentes mais negociadas, 17 tiveram alta em relação ao dólar e 7 caíram. A maior queda foi a do real (0,25%).

O dólar à vista terminou o dia no maior preço em cinco meses no Brasil, R$ 2,427, na sexta sessão seguida de alta.

Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa, subiu 0,29%, após três dias de queda.

Para analistas, o aumento de juros em países emergentes, a exemplo do que já fez o Brasil, é positivo, mas tardio, e tem efeito limitado.

"Com o corte dos estímulos nos EUA, independentemente do ritmo, a tendência é que o investimento estrangeiro em emergentes diminua, o que significa queda tanto do real quanto das demais moedas emergentes ante o dólar", diz Eduardo Velho, economista-chefe da gestora Invx Global.

Isso porque, com a redução dos recursos que o BC dos EUA injeta no país, diminui o dinheiro disponível para aplicações em outros mercados.

Além disso, após a retirada total desses estímulos, esperada para o fim deste ano, a próxima medida do Fed deve ser aumentar o juro básico, hoje perto de zero.

Nesse cenário, os títulos públicos dos EUA, remunerados pelo juro e de baixo risco, tendem a ficar mais atraentes.

Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, na crise de credibilidade enfrentada pelos países emergentes hoje, o Brasil está em situação mais favorável que seus pares.

"Prova disso é que, embora menor que no passado, temos tido investimento estrangeiro direto, aquele que produz riqueza no país."

O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que a crise atual é um momento de acomodação da economia global, que pode ser transitório.


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