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Veja opções ao enviar dinheiro ao exterior
Transferência entre contas, com IOF de 0,38%, é indicada a quem tem despesas fixas, como com um filho estudante
Remessa sem conta no exterior também é alternativa, mas há a necessidade de saque em dinheiro vivo
Desde dezembro, os pais da estudante Leticia Barcelos Picado, 22, que moram no Rio de Janeiro, fazem cálculos para ver qual a melhor opção para mandar dinheiro à filha em Berlim, na Alemanha.
Leticia costumava sacar do cartão pré-pago, mas, com o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 0,38% para 6,38% para gastos no exterior na modalidade no fim do ano passado, a alternativa ficou cara.
Para consultores ouvidos pela Folha, as opções mais vantajosas hoje para mandar regularmente quantias para outro país --seja para manter um filho estudando, para investir ou para arcar com despesas de um imóvel, por exemplo-- são a transferência entre contas e a remessa sem conta no exterior.
Em ambas as modalidades, o imposto é baixo, de 0,38% --o mesmo para uso do dinheiro em espécie. Na transferência, porém, é preciso avaliar os custos de manutenção da conta no exterior, que variam conforme a instituição, mas podem superar US$ 1.000 por ano.
Considerando só as despesas para envio do dinheiro, simulações com preços do dólar da última quarta-feira mostram que a transferência só não era mais barata que o dinheiro em espécie levado pelo viajante (veja quadro).
Há ainda a alternativa do vale postal dos Correios, isento de IOF, que permite enviar até R$ 10 mil por CPF por dia para 33 países. A opção, porém, exige sacar o dinheiro de uma vez e só nos Correios, que não têm convênio com países muito procurados por brasileiros, como os EUA.
Na transferência entre contas, os recursos podem ser enviados tanto para uma conta-corrente do mesmo titular quanto para contas de terceiros. Não há limites para a transação, mas é preciso declarar o objetivo do dinheiro.
Na remessa sem conta-corrente também é preciso informar a finalidade dos recursos. A diferença é que, para sacar o dinheiro, o destinatário precisa ir com o passaporte a um local de atendimento informado pela instituição procurada no Brasil.
"Se a pessoa for menor de idade, algumas instituições exigirão que ela seja acompanhada por um adulto. Há ainda o risco de assalto, pois o dinheiro é resgatado em espécie e de uma vez só", diz Alexandre Fialho, diretor da casa de câmbio Cotação.
Seja na transferência entre contas, na remessa ou no vale postal dos Correios, a cotação da moeda estrangeira é fixada no momento da compra. Para fazer tanto a transferência quanto a remessa, é preciso procurar um banco. Dos cinco maiores do Brasil, três informaram oferecer as duas modalidades: Banco do Brasil, Itaú e Santander. Duas instituições não responderam: Caixa e Bradesco.