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Mercado MPME
SP reduz juro do microcrédito e aumenta limite de empréstimo
Taxa mensal cai de 0,5% para 0,35% ao mês para concorrer em segmento que move R$ 9,4 bi
Bancos que atuam no segmento enxergam clientes mais exigentes, apesar de maioria ainda estar na informalidade
O Banco do Povo Paulista, programa de microcrédito do governo de São Paulo, reduz a partir de hoje o juro cobrado ao mês de 0,5% para 0,35% e aumenta o valor limite do empréstimo de R$ 15 mil para R$ 20 mil.
Essa é a terceira redução desde que a instituição foi criada, em 1998, para atender empreendedores formais ou informais com atividades nas áreas urbana e rural.
Nos últimos 15 anos, R$ 1,3 bilhão foi emprestado a 340 mil pessoas de 514 cidades do Estado, onde o banco atua por meio de parceria com administrações municipais. A meta é abrir 131 agências até o fim deste ano, 80 delas já estão em negociação.
"Há um ano estudávamos a redução da taxa, que acontece na contramão do cenário econômico", diz Antonio Sebastião Teixeira Mendonça, diretor do banco, subsidiado em 90% pelo Estado e em 10% pelas prefeituras.
"Quanto mais elevado o juro, maior é a dificuldade de quem mais precisa de um empurrãozinho", completa.
Com a redução para 0,35%, a taxa passa ser a menor das principais instituições que atuam no setor (veja quadro).
Até então, a menor taxa era de 0,40% ao mês, do programa Crescer, reformulado em 2011 pelo governo federal para atender microempreendedores de baixa renda por meio de bancos públicos.
No ano passado, R$ 9,4 bilhões foram emprestados a 5,22 milhões de pessoas por meio do programa nacional de microcrédito orientado, instituído em 2005.
São 499 instituições habilitadas (de bancos públicos e privados a cooperativas e organizações reconhecidas pelo poder público), segundo o Ministério do Trabalho.
O valor financiado é 45% superior ao de 2012. Do total concedido pelo programa nacional, quase um terço (R$ 2,9 bilhões) foi por instituições reguladas pelo Banco Central. A inadimplência gira em torno de 2% a 3%.
Estudo do Banco Mundial indica o Brasil como o país da América Latina onde o microcrédito tem menor penetração: 2% dos clientes potenciais são atendidos. No Chile, são 27%, e, em El Salvador, 69%.
Quem atua no setor vê espaço para crescer, sobretudo no Norte e no Nordeste.
"É preciso considerar que o microcrédito não é apenas um produto, mas também um serviço em torno do cliente, com orientação e acompanhamento", diz Eduardo Ferreira, superintendente do Itaú Microcrédito.
De olho no mercado, o Banco do Brasil treinou 20 mil funcionários para atender os interessados nesse crédito. O desembolso passou de R$ 774 milhões em 2012 para R$ 1,46 bilhão no ano passado.
Para Jerônimo Ramos, superintendente de microcrédito do Santander, apesar de ainda ser em sua maior parte informal, o empreendedor que busca esse crédito está mais qualificado, quer mudar de patamar e exige prestação de serviço mais eficiente.