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Alto custo do crédito sufoca a economia, dizem especialistas
DE SÃO PAULOA alta conta que consumidores e empresas pagam anualmente com juros no Brasil sufoca a economia, afirmam especialistas.
De acordo com a Fecomercio, as empresas pagaram cerca de R$ 135 bilhões em juros em 2013, considerando as modalidades de crédito livre, como capital de giro e arrendamento mercantil.
Considerando as dívidas de pessoas físicas e jurídicas, a conta total de juros pagos desde 2011 chegou a R$ 1,1 trilhão, valor próximo ao PIB (Produto Interno Bruto) da Argentina.
ANTECIPAÇÃO
As compras a prazo são uma antecipação do consumo que, sem o crédito, só seria feito mais para a frente, afirma Otto Nogami, professor do Insper, instituto de ensino e pesquisa.
O problema, afirma o economista, é que a contrapartida disso é uma redução da capacidade de consumo das pessoas no futuro.
"Em um cenário de juros muito altos, como no Brasil, essa queda do poder de compra futuro é ainda maior, o que contribui para desacelerar a economia", diz.
SUPERENDIVIDAMENTO
Aos consumidores, consultores financeiros recomendam não comprometer mais de 30% da renda mensal com o pagamento de prestações. Esse seria o limite do chamado endividamento saudável.
Outra orientação é priorizar as dívidas que ajudem a formar patrimônio, como o financiamento imobiliário, em detrimento daquelas para consumo imediato, como no cheque especial e no cartão de crédito.