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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br

Café deve ficar 35% mais caro para o consumidor

A alta no preço do café na Bolsa de Nova York e no campo vai chegar ao bolso do consumidor em breve --e o reajuste não deve ser modesto.

Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), diz que é necessário um aumento de pelo menos 35% no preço do café torrado e moído para compensar a alta próxima de 100% no valor da matéria-prima neste ano.

Segundo ele, no início de janeiro a saca de café de qualidade regular era comprada pela indústria ao redor de R$ 210. Hoje, os preços estão na casa dos R$ 400.

Pesquisa da Folha aponta valorização de quase 70% no valor da saca de 60 quilos de café de boa qualidade em 2014. Ontem, era negociada a R$ 457, em média, no país.

"O preço do café no varejo mal está pagando o grão cru", diz Herszkowicz. Com a saca em R$ 400, o custo do quilo do grão é de aproximadamente R$ 8 para a indústria.

"O grão de café representa 70% do preço final do produto. E ainda tem os custos industriais, de mão de obra, transporte e embalagem."

A disparada nos preços do café, provocada pela expectativa de uma quebra de safra no Brasil devido ao calor e à estiagem dos últimos meses, pegou as indústrias de surpresa. Muitas estavam com estoques justos, para apenas uma semana de consumo, e tiveram de arcar com a alta diária das cotações.

Agora, segundo Herszkowicz, elas chegaram ao limite e precisarão repassar.

Ele afirma que as empresas têm dificuldades para definir o percentual de aumento, pois o produto ainda continua subindo no campo. Mas estimativas da Abic sugerem um repasse de cerca de 35%.

Herszkowicz diz que cada indústria vai definir o momento do reajuste, que poderá ser feito em partes.

Apesar do tamanho do aumento, a indústria não acredita em queda no consumo. "Mesmo sendo grande, o aumento não deve reduzir as vendas. O café ainda é um produto barato no orçamento do consumidor."

No ano passado, segundo pesquisa do Sindicafé, o preço médio do café tradicional caiu 14% no varejo. E, no longo prazo, diz ele, o café perde para a inflação. Enquanto o INPC (índice de inflação do IBGE) subiu 198% desde 2000, o preço do café ao consumidor aumentou 87%.

À moda antiga 88% dos consumidores de café o tomam coado, mostra pesquisa do Pensa-USP e da Università del Caffè realizada em Campinas (SP). Dos 449 entrevistados, 29% disseram tomar café expresso, e 10%, o café solúvel. O consumo em cápsulas foi mencionado por 4%.

Em casa A maioria (61%) tem o hábito de beber café em casa. O consumo no trabalho aparece em segundo lugar (36%), seguido por cafeterias, padarias e restaurantes, com 10% das respostas.

Pela manhã O principal momento de consumo é o café da manhã, mencionado por 64% dos entrevistados que bebem café. Disseram recorrer ao cafezinho a qualquer hora 21%, à tarde, 17%, e apenas 6% à noite.

Carnes A Abiec (associação dos exportadores de carne bovina) quer viabilizar as vendas de carne "in natura" aos EUA até outubro. Apesar de alguns adiamentos, a entidade diz que o processo segue dentro da normalidade.

Novidade Ex-executivo de gigantes da indústria de alimentos, como Sadia e Seara, Mayr Bonassi quer criar no Brasil uma feira de negócios e conteúdo que possa ser referência mundial no setor.

Estreia Há um ano, elaborou com sócios a Tecno Food, que acontece na próxima semana em Pinhais (PR). O objetivo é levar novas tecnologias e processos para indústrias de proteína animal.

Potencial Apesar da concentração de mercado no setor, Bonassi vê amplo potencial para negócios. Como os grandes trabalham em larga escala, médios e pequenos podem se destacar com produtos diferenciados, diz.

FARELO DE SOJA
+1,36%
Ontem, em Chicago

ALUMÍNIO
-1,09%
Ontem, em Londres


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