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Corte é 'inconsistente' com condição da economia do país, diz governo

Ministério da Fazenda afirma que crescimento do PIB brasileiro é um dos maiores entre países do G20

Rebaixamento da nota e rapidez da decisão da Standard & Poor's foram surpresa para o Palácio do Planalto

NATUZA NERY DE BRASÍLIA SOFIA FERNANDES VALDO CRUZ

O governo da presidente Dilma Rousseff foi surpreendido pelo anúncio do rebaixamento da nota de avaliação do Brasil pela agência americana S&P (Standard & Poor's), segundo interlocutores do Planalto.

Causou estranheza a velocidade da decisão. A expectativa em Brasília era que o anúncio sobre a nota de risco do país só viria em dois ou três meses.

E, apesar de a agência ter sinalizado anteriormente a chance de rebaixamento, o governo contava com a manutenção da classificação.

A principal preocupação imediata foi com o impacto da decisão sobre a nota da Petrobras, que está no centro da polêmica sobre a compra de uma refinaria no Texas.

Porém, já na noite de ontem, horas depois do rebaixamento dos títulos do governo, a Standard & Poor's confirmou que a nota da Petrobras, assim como a da Eletrobras, também foi cortada.

Esse é um movimento tradicional e também acontece com estatais de outros países quando o seu governo tem a avaliação reduzida.

Em nota, o ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou que a decisão de rebaixar a nota do país é "inconsistente com as condições da economia brasileira" e "contraditória com a solidez e os fundamentos do Brasil".

Ele citou dados para rebater as preocupações apontadas pela S&P com a situação fiscal do país, a perspectiva de fraco crescimento e a piora nas contas externas.

"É importante destacar que o Brasil, no período da crise internacional iniciada em 2008, cresceu 17,8%, uma das maiores taxas acumuladas de crescimento entre os países do G20 [grupo que reúne grandes economias globais", afirmou o ministério.

"No ano passado, o país cresceu 2,3%, desempenho superior à maioria dos países deste grupo", completou.

Sobre as críticas ao desempenho fiscal do país, o ministério afirma que o Brasil tem gerado "um dos maiores superavit primários do mundo nos últimos 15 anos".

OTIMISMO

Há duas semanas, uma delegação da S&P fez um giro por alguns dos principais gabinetes da Esplanada em busca de elementos para tomar uma decisão sobre a nota de risco do país.

Àquela altura, ministros e assessores se mostraram confiantes e relataram como positivo o resultado do encontro com a agência americana.

Antes mesmo da vinda da missão da S&P, o governo já estava otimista com as perspectivas para a classificação diante da reação favorável do mercado ao anúncio de medidas para o cumprimento de uma meta de superavit primário (economia de gastos para pagamento da dívida pública) de 1,9% do PIB neste ano.

A informação sobre a decisão da agência de risco foi anunciada no final da tarde, quando Dilma estava reunida com a cúpula do sistema financeiro nacional.

Estavam presentes representantes de dez dos principais bancos, como Bradesco e Itaú, e a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).


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