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Bolsa de tecnologia nos EUA tem maior queda em 2 anos
Investidores fogem de ações consideradas de alto risco e índice recua 3,1%
Em Nova York, Dow Jones registra desvalorização de 1,6%, mercados europeus também têm declínio
Uma agressiva onda de vendas de ações de biotecnologia abalou Wall Street, com o aumento das preocupações em relação ao valor de mercado de empresas do setor.
A Bolsa Nasdaq, que reúne empresas de tecnologia, recuou 3,1%, a pior queda desde novembro de 2011.
A desvalorização afetou não só empresas menores como também gigantes do setor. As ações do Facebook e do Netflix (de transmissão de vídeos) recuaram 5,2%, e as do Google, 4,1%, ontem.
No caso do índice da Nasdaq que acompanha apenas as empresas de biotecnologia, a desvalorização foi ainda mais aguda, 6%, ainda que não pareça haver novos fatores por trás dessa queda.
"Não houve um catalisador evidente, a não ser a fraqueza continuada em nomes antes queridinhos dos investidores", disse Andrew Wilkinson, analista-chefe de mercado da Interactive Brokers.
"A esperança é que do outro lado da tempestade haja frutos a colher."
Na semana passada, a Bolsa Nasdaq teve pregões com fortes quedas, mas não tão aguda como a de ontem.
Alguns analistas afirmam que os investidores estão neste momento fugindo dos investimentos de alto risco, que é a visão que muitos têm das companhia de tecnologia porque as ações de algumas delas subiram muito na Bolsa nos últimos meses, sem ter resultados financeiros que justifiquem a valorização.
Essa alta dos papéis é baseada principalmente na aposta no potencial dessas empresas.
Nesta semana, começou a temporada de balanços financeiros das empresas americanas no primeiro trimestre. Com a expectativa de resultados ruins, investidores estão se desfazendo de ações mais arriscadas para se proteger de possíveis perdas.
OUTRAS BOLSAS
Não foi só a a Nasdaq que teve queda ontem. O índice Dow Jones, o mais importante da Bolsa de Nova York, recuou 1,6%, e o S&P 500 (que reúne ações de 500 grandes empresas americanas) teve desvalorização de 2,1%, a maior desde fevereiro.
Além das dúvidas sobre os ganhos das companhias no primeiro trimestre deste ano, pesou no mercado a queda nas exportações chinesas, de 6,6% em março --as importações do país asiático recuaram 11,3% no período.
Na Europa, a Bolsa de Frankfurt registrou declínio de 0,6%, enquanto a de Paris teve queda de 0,7%.