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NY recebe 895 mil brasileiros em 2013, novo recorde
ISABEL FLECK DE NOVA YORKA alta do dólar no segundo semestre de 2013 parece não ter sido suficiente para superar a atração que Nova York exerce sobre o turista brasileiro. O número de visitantes do país na cidade cresceu 11% no último ano, chegando a 895 mil pessoas em 2013, um recorde. Em uma década, o volume de turistas brasileiros cresceu quase 11 vezes.
O aumento do último ano superou os 4,6% de crescimento do total de visitantes estrangeiros e foi o segundo maior entre as dez principais origens internacionais (países e regiões), perdendo apenas para a China (19%).
Os brasileiros, no entanto, são mais numerosos que os chineses e ocupam o terceiro lugar no ranking, atrás do Canadá e do Reino Unido.
Na cidade, cada brasileiro gasta, em média, US$ 3.000 por viagem, de acordo com a NYC & Company. Segundo essa conta, teriam deixado, no mínimo, US$ 2,7 bilhões para o turismo e o comércio de Nova York em 2013.
Para as servidoras públicas Elenice Costa, 50, e Rosineide Lima, 48, mesmo com o dólar ainda acima de R$ 2,20, compensa vir passar as férias e fazer compras na cidade.
Elas estimam que irão gastar, cada uma, US$ 15.000 em viagem de 16 dias por Nova York, Miami e Orlando. "Ainda é um valor razoável. Se fossemos fazer uma viagem igual no Brasil, iríamos gastar bem mais", diz Elenice.
A decisão do governo, em dezembro, de elevar para 6,38% a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre compras com cartões de débito e cheques de viagem no exterior, no entanto, mudou o comportamento do turista nos EUA.
A diferença, nos quatro primeiros meses deste ano, já foi sentida por grandes bancos.
CARTÃO E PAPEL-MOEDA
"Com a alteração da alíquota do IOF, notamos uma migração do volume de transações do cartão de débito para o cartão de crédito, bem como uma preferência por papel-moeda em vez do cartão pré-pago", disse à Folha o superintendente de Produtos do Citibank, Theo Keremian.
Em sua terceira viagem a Nova York, o casal Arthur Fonseca Neto, 39, e Solange Fonseca, 40, decidiu deixar o cartão de débito de lado e dividir os gastos entre o cartão de crédito e papel-moeda.
"Hoje, o mais vantajoso ainda é o dinheiro em espécie, mas também não acho legal trazer tanto em moeda", afirma Neto.