Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br

Brasil se consolida como exportador de milho

O Brasil está realmente se consolidando como um grande exportador de milho ou só se aproveitou de um cenário de escassez de produto devido a problemas nos EUA e na Argentina, dois dos grandes participantes desse mercado?

O Brasil saiu de uma exportação de 10 milhões de toneladas em 2011 para 20 milhões em 2012 e 27 milhões em 2013. Neste ano, as vendas não deverão ficar muito distantes das de 2013.

Leonardo Sologuren, da consultoria Clarivi, diz que são as duas coisas. O país se aproveitou de situação oportunista de mercado nos últimos anos, mas o cenário para a frente deve levar à consolidação no mercado externo.

Sologuren diz que três fatores foram importantes para o Brasil elevar as exportações. Um deles foi a interferência do governo argentino no mercado de milho, elevando impostos e dando vantagens ao produto brasileiro.

A quebra de safra nos EUA, principal produtor mundial, também foi decisiva para o avanço do país no mercado externo. Até mesmo os norte-americanos, tradicionais exportadores de milho, vieram ao mercado brasileiro buscar o cereal no ano passado.

Um outro fator decisivo para a entrada do Brasil no mercado externo com força foi que o país é o único que tem bom volume de estoques. Esse acúmulo se deve ao avanço da produção, que já superou 80 milhões de toneladas.

E é exatamente essa alta da produção que deverá dar força ao país, segundo Sologuren. A agricultura se profissionalizou, e as lavouras de milho ganharam produtividade.

Além disso, novos caminhos --como a saída pela BR-163-- e canais de exportações no Norte e no Nordeste vão melhorar a saída do cereal.

Com isso, o Brasil não vai ficar só na oportunidade, mas terá continuidade nas exportações. Além da profissionalização e do ganho de produtividade, a produção caminhou para Centro-Oeste, Norte e Nordeste, que, agora, com os investimentos atuais e os prometidos, terão competitividade maior nas exportações, acredita o analista.

Após uma queda para 274 milhões de toneladas no ano passado, os EUA terminam esta safra em 354 milhões de toneladas. Já a Argentina deverá colher 24 milhões de toneladas --queda de 13%.

O Brasil, que em 2006 produziu 42 milhões de toneladas, superou 80 milhões no ano passado e deverá ficar em 73 milhões neste.

Trigo A produção argentina do cereal melhorou neste ano, atingindo 9,2 milhões de toneladas, mas ainda ficou bem abaixo dos 14 milhões de 2012, conforme os dados mais recentes do governo.

Exportações Com a produção atual, o volume disponível para a indústria argentina é de 6,3 milhões de toneladas. Já a disponibilidade de trigo para as exportações recuou para 1,5 milhão de toneladas, ante 11,4 milhões em 2012.

Preços A melhora na oferta mundial de trigo em algumas das principais regiões produtores está derrubando os preços. Nesta terça-feira (27), o primeiro contrato foi negociado a US$ 4,70 por bushel (27,2 quilos), 8,5% menos do que há um mês.

No bolso A redução de oferta de trigo da Argentina e a necessidade de o país buscar o cereal em outras regiões provocaram alta nos preços. A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) divulgou nesta terça-feira (27) que o pão francês subiu 2% nos últimos 30 dias.

Cai produtividade O rendimento das lavouras de cana-de-açúcar já colhidas caiu para 82 toneladas, segundo o CTC (Centro de Tecnologias Canavieira). Esse volume é 7% inferior ao de igual período de 2013.

ATR O rendimento dessa cana também é menor, segundo Antonio Padua, da Unica. A concentração de açúcar na matéria-prima recuou para 121,28 quilos por tonelada, 2% menos.

DE OLHO NO PREÇO

cotações

Nova York

Algodão
(cent. de US$)*84,97

Açúcar
(cent. de US$)*17,02

Mercado interno

Arroz
(R$ por saca)36,13

Trigo
(R$ por saca)41,71

*por libra-peso


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página